Jejum santista vira arma

Que o Santos tem um time jovem e talentoso, ninguém discute pelos lados do Parque São Jorge. Afinal, não foi por acaso que os Meninos da Vila chegaram à final do Brasileiro. No entanto, há um detalhe para o qual poucos atentaram até agora, mas que, em conversas reservadas entre os atletas corintianos – geralmente nas concentrações ou preleções – é sempre citado: a fila de 18 anos do adversário.

Se por um lado ninguém diz acreditar que os santistas vão “tremer”, muitos apontam a pressão pela falta de títulos na Vila Belmiro como preciosa arma do time de Carlos Alberto Parreira na grande decisão do Campeonato Brasileiro.

E quando o assunto é o título, vale até mesmo tripudiar em cima da desgraça do adversário. Os corintianos esperam que a ansiedade dos torcedores e dirigentes santistas, resultado da frustração pelo jejum de conquistas, contamine a equipe dentro do campo. Vale lembrar que parte da torcida santista realiza, ininterruptamente, protestos contra a falta de títulos. A forma encontrada para expressar a insatisfação foi fixar faixas de cabeça para baixo que só voltarão à posição correta quando puderem gritar “é campeão!”

Como não têm nada a ver com isso, os comandados de Parreira torcem para que esse detalhe, de uma maneira ou de outra, possa beneficiá-los. “É claro que isso (a fila) pesa”, afirmou o goleiro Doni. “Por mais que digam que não, os jogadores estão dentro de um ambiente que, de uma forma ou de outra, acaba influenciando. E não é fácil entrar no campo com essa responsabilidade”.

E como não poderia deixar de ser, sobrou uma pequena provocação. E o responsável foi o zagueiro Ânderson. Para ele, a fila do Santos vai ser um obstáculo. “Lá estão sem título há 18 anos, aqui há dois meses. De repente isso pode atrapalhar um pouco”, cutucou.

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