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Japonesa quer feitos em Mundial como 1ª mulher a liderar judô masculino do Brasil

A pequenina Yuko Fujii vai comandar os gigantes brasileiros no Mundial de Judô em Baku, no Azerbaijão, que começa na quinta-feira. A japonesa chegou ao Brasil em 2013, depois de trabalhar com a seleção da Grã-Bretanha nos Jogos de Londres, e neste ano foi oficializada como técnica da seleção brasileira masculina. É a primeira vez que uma mulher assume o posto. Pesou o apoio dos atletas e a experiência que ela teve com todas as categorias.

Aos 36 anos, Yuko sabe que o desafio é grande. Maior ainda do que a mudança que fez em sua vida ao escolher o Brasil como novo lar. “Cheguei e comecei a trabalhar com todas as categorias, desde a juvenil até a adulta. Ganhei bastante experiência e agora virei técnica da seleção masculina. Já conheço todos os atletas e eles também conhecem o meu trabalho. Estou acostumada, não teve muita mudança”, conta.

Coincidentemente, ela foi convidada pela Federação Internacional de Judô para ministrar no Mundial uma palestra sobre igualdade de gênero. “Nunca pensei que iria ser a técnica principal da seleção masculina. Mas hoje a gente está em momento de mudança. Várias mulheres do judô brasileiro fazem sucesso na carreira e isso ajuda a mudar o pensamento das pessoas. A gente tem de saber como trabalhar em conjunto e como contribuir com o ponto forte de cada um”, explica.

Sua principal missão neste ano é ajudar o Brasil a ter um bom desempenho no Mundial de Baku. Para ela, a meta precisa ser alta. “Quero que todas as categorias ganhem medalha. Não estou preparando atletas para apenas competir, estou preparando para entrar na luta e vencer. É o nosso trabalho. Se tiverem essa performance, ficaria bem feliz”, diz a japonesa, que já fala bem o português com um sotaque carioca.

Os judocas querem mostrar no tatame os ensinamentos da técnica, mas é na categoria dos pesados que a aposta é mais alta, ainda mais por causa da ausência de Teddy Riner, que venceu as últimas oito edições do Mundial e fica fora dessa competição em Baku. Para David Moura, vice no ano passado, e Rafael Silva, medalha de bronze, o trono está vago.

“A ausência dele com certeza facilita o caminho de quem quer ser campeão mundial. Se eu conseguir repetir o feito do ano passado de chegar à final, ele não estando lá será qualquer outro cara (como adversário na disputa do ouro) e inevitavelmente alguém mais fácil de ganhar. Claro que mais fácil comparando ao Riner, porque não existe facilidade em um Mundial”, comenta David Moura.

O judoca francês tem um contrato de patrocínio com o Paris Saint-Germain até 2024. Ele pretende se aposentar na Olimpíada de Paris e resolveu diminuir o ritmo esse ano e dar um descanso para o corpo. No planejamento, está a disputa do Mundial no ano que vem e da Olimpíada de Tóquio, em 2020.

“Por outro lado, sempre gostei muito de treinar para ganhar do Riner, sempre gostei dessa ideia. Ano passado fui para o Mundial pensando em fazer a final com ele e ganhar. Fiz uma ótima final, mas perdi. Ele é o cara a ser batido, então tira um pouco o brilho da competição. De qualquer forma, ser campeão mundial é sensacional, então é isso que vou buscar”, continua David Moura.

Rafael Silva, que também disputa a categoria dos pesados, concorda com seu companheiro. “Acho ruim o Riner não participar. Seria interessante que ele lutasse, pois provavelmente estará em Tóquio. Além do mais, é um adversário que é referência na categoria, ou seja, todo mundo procura ganhar dele desde 2010. Por isso seria de extrema importância ele estar no páreo”, diz.

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