O futebol brasileiro perdeu ontem uma de suas maiores referências. O ex-meia da seleção Jair Rosa Pinto, o Jajá Barra Mansa, morreu de madrugada aos 84 anos, de embolia pulmonar. Ele estava internado havia duas semanas no Hospital da Lagoa, onde foi submetido a uma cirurgia para desobstrução da aorta – maior artéria do corpo humano. Depois da operação, seu estado de saúde piorou.
O corpo de Jair Rosa Pinto foi velado na capela D do Cemitério do Caju, na zona norte do Rio, e será cremado hoje por volta das 14h. A família cogitou a possibilidade de jogar as cinzas do ex-craque no Maracanã, palco de suas melhores lembranças. Antes, porém, pedirá permissão à Suderj, empresa administradora do estádio.
Aproveitando a presença do Palmeiras para enfrentar o Flamengo no Rio, o presidente do clube paulista, Affonso Della Monica, foi um dos primeiros a chegar e a prestar homenagem ao ex-craque. ?Vi a estréia de Jair Rosa Pinto com a camisa do Palmeiras justamente contra o Flamengo e, por ironia, ele morre no dia do jogo entre Palmeiras e Flamengo?, declarou o dirigente.
Muito emocionado, um dos filhos do ex-craque, Luís Roberto, falou rapidamente sobre a morte de seu maior ídolo: seu pai. ?A vida é assim, fazer o quê? Falar sobre Jair Rosa Pinto é fácil, mas não quero me emocionar mais?, pediu Roberto, segurando sempre uma garrafa d?água.
Amigos e familiares também foram ao velório se despedir do ex-atleta da seleção brasileira de 1950. Um fã pôs sobre o caixão uma camisa do Vasco. ?O coração dele batia mais forte pelo Vasco?, contou Célia Maria, prima da mulher de Jair Rosa Pinto, dona Célia, que ficou em casa, em estado de choque. ?Ela está muito abalada e cansada também.?
Ex-jogadores como o zagueiro Pinheiro, do Fluminense, o meia Lima, do Vasco, e o atacante Evaristo de Macedo, que exerce hoje a função de treinador, prestaram a última homenagem ao amigo de profissão. ?Ele tinha mais valor do que o davam?, disse Pinheiro.