A estreia do Brasil nos Jogos Olímpicos de Sochi está marcada pontualmente para às 12h39 deste domingo, pelo horário de Brasília. É quando Jaqueline Mourão larga para se tornar a primeira brasileira a competir numa prova de biatlo numa Olimpíada de Inverno na história.
Jaqueline, que foi a duas Olimpíadas de Verão no mountain bike, agora compete na neve. Em 2006 e 2010 competiu nos Jogos de Inverno no esqui cross country, que ela também vai disputar em Sochi. Mas a primeira prova será mesmo no biatlo, o sprint de 7,5km.
A modalidade combina o esqui cross country (o equivalente ao atletismo no esporte de verão) com o tiro esportivo. Na prova que Jaqueline competirá neste domingo, as atletas largam em intervalos de 30 segundos para três voltas de 2,5km, intervaladas com duas paradas para cinco tiros cada.
Na primeira parada elas atiram deitadas, num alvo de 11,5cm, e, na segunda, em pé, num alvo de apenas 4,5cm. Para cada tiro fora do alvo, a atleta deve esquiar imediatamente uma volta de penalidade de 150 metros. Aquela que terminar o percurso de 7,5km no menor tempo é vencedora.
“Estou treinando bem aqui em Sochi e me sinto pronta e orgulhosa. Na quinta-feira fizemos um bom treino à noite, na única possibilidade de treinar na hora em que vou competir. Treinei muito forte, com bastante sprint e intensidade. O objetivo foi testar como eu posso chegar ao campo de tiro e abaixar a frequência cardíaca para ter bom nível de acerto”, explicou Jaqueline.
Por conta do horário em que vai largar (será a 18.ª de 84 competidoras), às 18h39 locais, Jaqueline deverá ter problemas com o pôr do sol em Sochi. “Quando fizermos a regulagem da carabina vai haver sol. Mas quando a prova começar, o sol já estará se pondo. Então a regulagem da arma tem que ser muito bem feita”.
A atleta mineira de 38 anos não mira medalha em Sochi. Classificada apenas depois do remanejamento de vagas, ela vai tentar melhorar seus resultados recentes. “A expectativa é que ela tenha o melhor porcentual até agora em confrontos diretos com as melhores atletas do mundo”, projeta o treinador Guido Visser, destacando o recente resultado de 15,8% (a pontuação leva em consideração o tempo do atleta frente à média dos tempos dos três primeiros colocados) na etapa da Copa do Mundo de Antholz, na Itália.