Jackson: com o aval de Bomamigo. |
O namoro entre Coritiba e Jackson finalmente engatou. Depois de duas tentativas frustradas de contratá-lo, o jogador foi apresentado ontem ao técnico Paulo Afonso Bonamigo e será a grande novidade da equipe na partida contra o Juventude, no domingo, em Caxias do Sul. “Estou louco para estrear e vim para ser titular”, avisou o meia.
Ao que parece, Jackson não vai precisar fazer muita força para que isso aconteça. O técnico Paulo Afonso Bonamigo não esconde a satisfação de contar com o atleta e já admitiu que se a documentação dele estiver regularizada, ele tem presença garantida. “Se estiver em sua melhor forma, vai para a luta”, adiantou o treinador.
Além de Jackson ser a grande contratação da temporada, a ausência de um armador de criatividade é o principal ponto que vai pesar na escalação do jogador já na próxima rodada. Nos dois primeiros compromissos da equipe, contra o Flamengo e o Internacional, a opção de Bonamigo recaiu sobre Pepo, uma meia com características mais defensivas.
Ponto de bala
Jackson estava atuando pelo Ituano e fez sua última partida na quarta-feira. Nos últimos dias se recuperou de uma cirurgia dentária, mas ontem garantiu que estava pronto para o combate. “Vim para ajudar a equipe e o quanto antes puder fazer isso, vou fazer”. No entanto, apesar da responsabilidade, Jackson não aceita o rótulo de salvador da pátria. “Não jogo sozinho. Estou aqui para somar e buscar objetivos com o grupo. E pode ter certeza que é estamos pensando grande”, diz.
O desejo de defender a camisa coxa-branca,segundo Jackson, é antigo. No ano passado e no início deste ano a diretoria alviverde o procurou, mas o martelo só foi batido agora. Isto porque quando estava no Gama, o jogador acabou pegando uma pena de 120 dias de suspensão, devido a uma confusão protagonizada no dia 17 de novembro, na partida contra o América-MG. O Gama sequer mandou um advogado e Jackson teve que cumprir a pena, sem apelação. “Quando voltei, meu procurador (Oliveira Júnior) pediu que eu ficasse no Ituano, clube que é dele, até que surgisse uma boa oportunidade. Quando a diretoria do Coxa veio, haviam outras propostas, mas estava com muita vontade de vir para cá. E deu tudo certo”.
A carreira de Jackson começou no Maranhão Atlético Clube, mas o sucesso começou a fazer parte de sua vida em 98, quando defendia o Sport. De lá ele seguiu para o Palmeiras, onde foi campeão da Libertadores da América. Depois foi a vez de brilhar pelo Cruzeiro, com o qual foi campeão da Copa do Brasile e da Sul-Minas. Jackson também defendeu o Interncional e o Gama.
Bonamigo se irrita com a frieza
Depois da tempestade… o puxão de orelha. A inesperada derrota do Coritiba por 1 a 0 para o Inter, no sábado, no Couto Pereira, rendeu aproximadamente meia hora de conversa entre a comissão técnica e jogadores ontem à tarde. Enquanto o meia Jackson era apresentado à imprensa, o técnico Paulo Afonso Bonamigo aproveitou para juntar o grupo a certa distância e expor suas impressões sobre a partida do último final de semana.
Para o treinador, o que faltou ao time foi ambição. “Temos que ter mais atitude. Não dá para desesperar, mas temos que correr atrás”, disse. O recado foi endereçado especialmente ao setor ofensivo. Diferente do que aconteceu no estadual, quando foi a sensação da competição, a dupla Edu Sales e Marcel não tem repetido o mesmo sucesso no Brasileirão. O único gol do Alviverde até agora foi assinalado por Lima, que tem ficado no banco de suplentes. “Um ataque artilheiro não pode desperdiçar quatro chances claras de gol, como aconteceu”, advertiu o treinador. O excesso de preciosismo em alguns momentos da partida também foi alvo de advertência. “A faixa de campeão estadual cresceu no peito. Mas o título já foi e a cobrança da arquibancada já veio”. Apesar do pito, no entanto, Bonamigo não vai mexer, por ora, na linha de frente. Mesmo assim, a diretoria está prestes a bater o martelo na contratação de mais um atacante. Conforme a Tribuna antecipou ontem, faltam apenas alguns detalhes para que o veloz Helinho, do Remo, se apresente no Alto da Glória.
A marcação também foi um ponto tocado pelo treinador, especialmente devido a uma triste coicidência. Tanto no jogo contra o Flamengo quanto na partida contra o Inter, os gols do adversários surgiram em jogadas de bola parada. “Se com a bola correndo a marcação está certa, temos que manter o padrão nas jogadas de bola parada. Batemos nessa tecla a semana passada todinha e caímos no mesmo erro, mesmo mudando o posicionamento. É preciso mais atenção”.
A mudança de esquema tático no decorrer da partida de sábado também deixou o treinador apreensivo. Acostumado a jogar no 3-5-2, com Reginaldo Nascimento na sobra, o Coritiba até cresceu de produção no 4-4-2, com a saída de Juninho e a entrada de Lima, mas ficou mais vulnerável. “Melhoramos no segundo tempo, mas levamos o gol. Tem que haver um equilíbrio na equipe. A defesa e o ataque tem que entrar em sintonia”.
Dado o recado, Bonamigo espera corrigir os defeitos e aperfeiçoar as virtudes da equipe durante os cinco dias que antecedem a partida contra o Juventude, no domingo. “Vamos trabalhar duro. Já perdemos pontos demais. Já deu”, finalizou.