Já não dá pra saber se a Arena da Baixada ficará pronta até dezembro

A suspensão no repasse de recursos às obras da Arena da Baixada semeia novas dúvidas sobre a possibilidade de o estádio ficar pronto até dezembro deste ano -prazo final estabelecido pela Fifa. O cronograma, que entre abril e junho teve um avanço significativo, chegando a 68,3% – percentual que o Tribunal de Contas do Paraná disse não ter como avalizar -, precisa ter um avanço de 8% ao mês a partir de agora, para que o Comitê Organizador Local (COL) que em setembro virá visitar a subsede Curitiba, veja a construção com cara de estádio.

Além disso, a Fifa precisa de dados consistentes sobre o andamento das obras na Arena da Baixada para poder colocar os ingressos à venda, o que deve ocorrer em agosto. Outra exigência é que o estádio comece a preparar o plantio do gramado já em outubro. Por enquanto, o local do campo de jogo está todo tomado por guindastes e andaimes que irão sustentar a montagem do teto retrátil – incremento que serviu para onerar ainda mais o orçamento da reforma do estádio.

Mas não é apenas a Arena da Baixada que corre contra o tempo. O relatório do TCE-PR, divulgado ontem, também sinaliza preocupação com o cronograma das obras de mobilidade urbana programadas para Curitiba. Dos 21 projetos analisados pelo organismo fiscalizador estadual, somente um está dentro do cronograma físico-financeiro. Segundo relatório, as outras obras estão atrasadas ou sequer começaram.

De acordo com o engenheiro Paulo Borsari, integrante da comissão de fiscalização da Copa do Mundo do TCE-PR, o atraso no pagamento de alguns contratos foi um dos principais motivos para a demora na execução obras de mobilidade urbana em Curitiba e Região Metropolitana. “Como já anunciamos no último relatório, um dos motivos para a lentidão das obras é o atraso de alguns pagamentos. Apesar de que, em relação ao quinto relatório, divulgado no início de abril, essa condição foi minimizada”, explicou Borsari.

Legado?

O engenheiro alertou ainda que outra condição que torna lento o avanço das obras é o acompanhamento das medições da Caixa Econômica Federal. “Nesse processo, várias análises foram refeitas de acordo com as orientações e obrigações estabelecidas pela Caixa. Foram situações que demoraram um ou dois meses para ser aprovadas, e para que o pagamento fosse efetivado”, lamentou.

Dos 21 projetos que constam no relatório divulgado pelo TCE-PR, somente dez apresentaram evolução em relação ao relatório divulgado no início de abril. Porém, todos apresentam atraso na execução das obras e correm o risco de ficarem prontos somente depois da realização da Copa do Mundo. Segundo o fiscalizador do TCE-PR, obras que não forem concluídas não irão prejudicar a passagem do Mundial por Curitiba, mas acarretarão em prejuízos para a administração pública. “As obras de mobilidade não vão influenciar diretamente a realização dos jogos. Porém, caso se estendam para além da Copa, vão caracterizar um prejuízo à administração”, avisou Borsari.

O relatório divulgado aponta somente o trecho da Rua da Pedreira, que faz parte das obras das vias de integração radial metropolitanas, como dentro do cronograma físico financeiro. Com uma evolução de 5,13% em relação àa exibição do último levantamento, este trecho tem previsão de conclusão para março de 2014.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna