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Mior trabalhou a cabeça dos jogadores sobre o recuo e Marcão gostou. |
Cali, Colômbia – Após a desgastante viagem de ontem, o Atlético entra em campo hoje apenas para o reconhecimento do gramado do Estádio Pascoal Guerrero, em Cali. Será apenas uma chance para os jogadores "esticarem" as pernas e verem onde vão pisar na partida de amanhã contra o América, pela Copa Libertadores.
A maior preocupação do técnico Casemiro Mior parece ter sido assimilada pelos jogadores e o recuo excessivo parece ter sido corrigido.
"Treinamos tudo o que tinha que treinar porque lá não vai dar para fazer ensaios de jogadas porque liberam para a imprensa, então treinamos, está tudo pronto e, agora, é só concentrar para fazer uma boa partida contra o América", aponta o zagueiro Marcão. Segundo ele, o treinador chamou a atenção para as recuadas que o time deu contra o Independiente, Libertad e até Iraty. "Fizemos um gol contra o Libertad e tomamos sufoco, a mesma coisa contra o Iraty. Então, são coisas que não podem acontecer. Nós temos que segurar a bola lá na frente o máximo para nós lá atrás podermos respirar também", aponta.
Para o volante Rodrigo Souto, a poupança de alguns jogadores na partida contra o Iraty ajudou a recuperar o time e a conscientizar todo mundo para não recuar mais. "A gente vem treinando essa semana bem forte e está bem preparada. Acho que se houver possibilidade de começarmos na frente, temos que ter atenção de não recuarmos muito para não sofrermos pressão", destaca.
De qualquer forma, o treinador rubro-negro sabe das dificuldades que a equipe irá enfrentar. "É uma equipe que tem uma experência muito grande nessa competição e é uma equipe rápida, que sabe tocar a bola, e inteligente, que sabe jogar de acordo com o adversário do jogo", diz. Por isso, ele recomenda muita concentração. "Não podemos deixar o adversário gostar do jogo e, acima de tudo, concentração para voltarmos de Cali com o resultado positivo", finaliza.
Duas mudanças
Para a partida de amanhã, Lima e Marín serão as novidades da equipe em relação ao time que enfrentou o Libertad. Lima mostrou um bom rendimento no campeonato paranaense e ganha a vaga de Jorge Henrique já que Maciel e Aloísio não estão bem fisicamente. O segundo chegou a viajar, mas tem chances remotas de entrar em campo. Já Marín cumpriu suspensão automática e voltará ao time.
Chance de revanche, três anos depois
A partida de amanhã contra o América de Cali não vale apenas a liderança do grupo 1 da Copa Libertadores da América, vale também a chance de vingança contra a equipe que eliminou o Atlético da mesma competição em 2002. Apesar de apenas o meia Fabrício ter estado naquele jogo e os atletas não quererem comparar as duas situações, é a chance que o Furacão tem para dar o troco e, de quebra, assumir a ponta e rumar para a classificação. Naquele ano, o time precisava vencer os "Diabos Vermelhos" para passar de fase, mas acabou sendo goleado por 5 a 0.
Na semana passada, em visita ao CT do Caju, o lateral-direito Alessandro relembrou a partida em Cali. "Quando a gente viu, já tinha levado cinco", comentou. Se tivesse vencido a partida, o Atlético estaria na segunda fase naquele ano e apagaria a má impressão deixada em Cali e numa das partidas anteriores quando estava vencendo o Bolívar por 5 a 1 e deixou os bolivianos empatarem.
Agora, as coisas parecem diferentes e, mesmo sem comparações, o último encontro entre as equipes deixa lições no elenco atual. "O América é a equipe mais tradicional dessa chave, mas a equipe do Atlético vem crescendo nesses últimos anos e vem obtendo vários títulos. Então, não adianta a gente se deixar levar e ficar impressionada com a tradição do América", analisa o volante Cocito, que só não esteve em campo porque estava suspenso.
A explicação para a goleada, segundo Fabrício, foi a retranca adotada pelo time daquela vez. "A gente jogou muito atrás e eles pressionaram e nós chamamos a equipe deles", diz o meia. De acordo com ele, a torcida também ajudou o time a pressionar e influenciou no resultado. "A torcida empurra bastante, principalmente quando eles estão atacando, então, é importante não jogar muito atrás e partir para cima para eles não irem na empolgação da torcida", aponta Fabrício.
Mesmo entrando em campo para buscar a vitória, um empate não será visto com maus olhos pelo elenco. "Temos que jogar com inteligência, respeitando a equipe do América, mas jogando para vencer porque quem jogar para empatar geralmente perde. É lógico que, dependendo das circunstâncias do jogo, um empate não seria um mau resultado", pondera Cocito. Para tanto, o time terá que jogar com garra redobrada. "Nós sabemos da dificuldade dessa competição, a gente vê equipes melhores que se enroscam e com menos técnica e mais determinação vão em frente, então nós temos que jogar com bastante empenho", completa Rodrigo Souto.
Atlético tem missão de quebrar jejum brasileiro
O Atlético vai desafiar um jejum que já incomoda os clubes brasileiros na edição 2005 da Libertadores. No torneio continental, as equipes do Brasil ainda não venceram fora. O Furacão, em sua primeira partida como visitante, empatou por 2 x 2 contra o Independiente de Medellín. Nesta quinta, de volta à Colômbia, desta vez contra o América de Cali, o time busca a 1.ª vitória.
No grupo 2, o Santos estreou na Libertadores enfrentando o Bolívar, da Bolívia, e perdeu por 4 x 3. Na chave 3, foi a vez do São Paulo atuar fora e também não conhecer vitória. O tricolor do Morumbi empatou por 3 x 3 com o The Strongest, da Bolívia, em La Paz. No grupo 4, o Santo André, estreante na Libertadores, fez seu 1.º jogo na Venezuela e perdeu por 1 x 0 para o Deportivo Tachira. No mesmo grupo, o Palmeiras também deu seqüência ao tabu e empatou por 1 x 1 contra o Cerro Porteño, em Assunção.
O Palmeiras, na repescagem da Libertadores, foi quem iniciou o jejum, ao empatar por 2 x 2 com o Tacuary (Paraguai). Na verdade, o retrospecto dos anfitriões nesta 1.ª fase da Libertadores tem sido altamente favorável. Até agora, apenas três times ganharam seus jogos como visitantes: América de Cali, River Plate e Chivas Guadalajara.
