J. Malucelli quebra seqüência de vitórias do Atlético

Priorizando a Copa do Brasil, o Atlético poupou alguns jogadores titulares e entrou bastante modificado para enfrentar o aplicado Jotinha, ontem, no Estádio Janguito Malucelli, e não conseguiu manter os 100% de aproveitamento no campeonato. O empate em 1 a 1 foi justo pelo pouco futebol apresentado pelo time. Agora, o Furacão dá um tempo no Campeonato Paranaense, onde permanece invicto, e volta as atenções para a sua estréia na competição nacional, quarta-feira à tarde, contra o Corinthians alagoano, em Maceió.

Nos primeiros 45 minutos o grupo atleticano não conseguiu jogar devido à forte marcação feita pelo Jotinha. O Caçula ocupava bem os espaços em seu campo e deixava apenas os zagueiros rubro-negros com liberdade para sair jogando. Com os demais jogadores bem marcados, o Atlético ficou sem poder de criação e ofensivo. O J. Malucelli atuava de forma inteligente e explorava os erros do Furacão que, devido à falta de conjunto pelas diversas modificações, não foram poucos. O lado esquerdo defensivo era o mais frágil, com Michel e Matheus. Por ali o ala Cassiano fez boas jogadas que levaram perigo ao Atlético. Até os 20 minutos, o jogo foi equilibrado, mas depois o Jotinha criou as principais ações. Aos 21, Willian desperdiçou boa oportunidade dentro da área. No minuto seguinte, Vinícius salvou o Furacão ao dividir uma bola com Bruno Batata. Mas aos 31, não teve como evitar o gol do Jotinha. Daniel cruzou da direita e Rodrigo Crasso se infiltrou no meio da zaga, que falhou, e cabeceou para abrir o placar no ecoestádio. O time da casa continuou melhor em campo e o Atlético só acordou no final do 1.º tempo, numa boa jogada de Nei. O ala cruzou e Pedro Oldoni dividiu com o goleiro do Jotinha. E foi só. Na saída para o intervalo, o atacante rubro-negro disse que a equipe precisava tocar melhor a bola para criar chances.

Modificações

Para a etapa final o técnico Ney Franco alterou o sistema de jogo para o 4-4-2, tirando Matheus e colocando Choco. O time passou a ter mais posse de bola e Pedro Oldoni começou a aparecer. Aos 11 ele tentou o gol com uma bicicleta. E aos 14 deixou sua marca de artilheiro. Após cobrança de escanteio, a zaga do Jotinha dividiu com Alex Fraga e a bola subiu. O goleiro Colombo, ao invés de sair, ficou esperando o desdobramento da jogada e Pedro Oldoni foi mais esperto. Usou a cabeça e empatou o jogo.

Com a igualdade conquistada, o treinador atleticano tirou Irênio e Willian para poupá-los para a Copa do Brasil. As mexidas desestruturaram ainda mais o time rubro-negro, que se preocupou apenas em se defender. O Jotinha também perdeu o poder de marcação e conseqüentemente os contra-ataques desapareceram. A partida se arrastou sem brilhantismo até o final, com os dois times satisfeitos com o empate.

Claiton arruma as malas para o Japão

Foto: Ciciro Back
Aos 30 anos, capitão rubro-negro recebeu ótima proposta e deve seguir para o Consadole Sapporo.

Mais uma vez a força econômica de uma equipe estrangeira pode desfalcar o Atlético. Ontem foi confirmado o interesse do Consadole Sapporo, do Japão, no futebol do volante Claiton. O jogador foi poupado do embate contra o J.Malucelli, mas assim como outros jogadores não utilizados pelo treinador, compareceu ao Estádio Janguito Malucelli para torcer pelo Furacão. Claiton, que é capitão do Atlético, confirmou a proposta japonesa e disse que é muito boa. ?Pintou uma proposta de um clube japonês, o Sapporo. Houve um contato, uma proposta que é interessante pela idade que eu tenho. Sempre falei que a minha vontade era ficar aqui o resto da minha vida. Mas temos que ter discernimento para saber que envelhecemos e as coisas ficam complicadas. Vamos esperar uma conversa com o Atlético para definir se fico ou não?, afirmou o jogador que tem 30 anos e contrato até dezembro deste ano. O jogador ressaltou que a proposta é financeiramente muito boa, mas se não fechar negócio, diz estar feliz no Furacão.

Apesar de viver uma grande fase no Atlético, o volante deve mesmo deixar o time para voltar a jogar no futebol japonês, onde já teve uma passagem. Ele ainda não sabe se vai viajar com a delegação atleticana para a partida em Alagoas, devido à negociação. Assim, a sua despedida da camisa rubro-negra pode ter sido no histórico triunfo contra o Cianorte, na Arena, quando o Atlético quebrou o recorde de vitórias do Furacão de 1949.

Ney pede reposição de peças

Nas entrevistas após o confronto entre J. Malucelli e Furacão, o assunto menos comentado da parte atleticana foi a partida. Ney Franco falou sobre a Copa do Brasil, já que o time viaja na manhã de hoje para Maceió (AL), a perda de jogadores e a necessidade de se buscar peças de reposição no mercado. Sobre o jogo, o técnico analisou que o Atlético se portou bem diante de tantas alterações e o pouco tempo de treinamento. ?O time acertou (no 2.º tempo). Empatamos e poderíamos ter vencido. Mas quando acertou, tive que tirar o Irênio e o Willian para poupá-los, seguindo o nosso planejamento?, disse.

A provável saída de Claiton para o futebol japonês também foi comentada pelo treinador, pois ele perderá o capitão de sua equipe e jogador de referência para todo o grupo. Devido às negociações é bem possível que o volante não viaje para Alagoas, na estréia da Copa do Brasil.

Reposição

A saída de jogadores começa a preocupar Ney Franco que, em um mês, pode perder seu terceiro atleta. O primeiro a sair foi o colombiano Ferreira, para os Emirados Árabes. Depois Jancarlos – que briga judicialmente com o clube. Agora é a vez de Claiton. Diante das perdas, o técnico disse que vai conversar com o diretor de futebol, Alberto Maculan, após o jogo da Copa do Brasil. ?Vou sentar e conversar com o Maculan para reavaliar o grupo e para trazer alguém para qualificar ainda mais o elenco?, afirmou.

Ney Franco sempre disse que não trabalha com o grupo fechado e que se o mercado oferecer bons jogadores, dentro das condições do clube, reforços serão bem-vindos. Para ele, o Atlético está perdendo opções no elenco e seu papel é remontar o time. ?Hoje as alternativas que tenho são subir jogadores da base e contratar. Não tem mais ninguém pra subir. Por isso teremos que ir ao mercado e contratar para recompor?, explicou. As contratações são necessárias para que o nível do Atlético não caia, pois segundo o treinador, a equipe vem jogando bem e tem condições de brigar por títulos em todas as competições que vier a disputar.

Viagem – O Atlético embarca hoje às 9h com destino a Maceió. Na 4.ª-feira o time estréia na Copa do Brasil contra o Corinthians (AL). Amanhã, Ney Franco comanda o treino que definirá a equipe.

Recorde – Ontem, o Janguito Malucelli teve o seu recorde de público.
1.382 pessoas acompanharam o jogo entre J. Malucelli e Atlético. A maioria esmagadora da torcida presente no ecoestádio era do Atlético, que parecia jogar em casa, com a presença de faixas e da bateria da torcida organizada.

Parabéns – Autor do gol do J. Malucelli, o ala Rodrigo Crasso, ex-Atlético, esbanjou alegria na comemoração. Explica-se: hoje ele completa 21 anos e o gol foi como um presente antecipado.

Ascensão – Com o empate de ontem, o Jotinha mantém a invencibilidade conquistada nas últimas rodadas. O time não perde há seis jogos.

J.Malucelli 1 x 1 Atlético

J.Malucelli

Colombo; Gustavo, Leandro e Tiago; Cassiano, Carlinhos, Diogo (Rodrigo Batatinha aos 28? do 2.º), Willian e Rodrigo Crasso; Daniel e Bruno Batata.

Técnico: Leandro Niehues

Atlético

Vinícius, Rhodolfo, Alex Fraga e Matheus (Choco, intervalo); Nei, Valencia, Alan Bahia, Irênio (Leandro Bambu aos 28? do 2º) e Michel; Willian (Eduardo Salles aos 28? do 2º) e Pedro Oldoni.

Técnico: Ney Franco

Árbitro: Maurício Batista dos Santos

Auxiliares: Sérgio Aparecido Aléssio e João Batista de Moraes.

Local: estádio Janguito Malucelli, em Curitiba

Gols: Rodrigo Crasso aos 31? do 1.º e Pedro Oldoni aos 14? do 2.º

Cartões amarelos: Leandro e Gustavo (J)

Público pagante: 1.285

Público total: 1.382

Renda: R$ 29.550

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