Itu é conhecida como a cidade onde tudo é grande. O Ituano, assim, está fazendo valer a fama. Comandado pelo competente técnico Doriva, marcador nato nos tempos de jogador, o time rubro-negro está na final do Campeonato Paulista. Depois de tirar o Corinthians na fase de grupos ao vencer o São Paulo no Morumbi, o time de Itu ganhou do Palmeiras, por 1 a 0, neste domingo, no Pacaembu, e estragou a festa de mais de 30 mil torcedores alviverdes.

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Nada deu certo para o Palmeiras. Machucado, Valdivia só entrou no segundo tempo (e nada fez a não ser tomar o terceiro amarelo). Fernando Prass e Alan Kardec saíram lesionados no fim do primeiro tempo. E, para aumentar o sofrimento, quem fez o gol decisivo, a sete minutos do fim da partida, foi um ex-corintiano, Marcelinho.

Campeão paulista em 2002, ano em que o Estadual não teve os grandes (além de Ponte, Guarani, São Caetano, Portuguesa e Paulista, que também disputaram o Torneio Rio-São Paulo), o Ituano vai pegar o Santos na decisão. O primeiro jogo, domingo, tem mando do time de Itu. A volta terá o Santos como mandante.

O JOGO – Depois de apanhar muito no jogo contra o Bragantino, quinta, Valdivia ficou com o tornozelo inchado e sem condições de começar a partida deste domingo. Substituído por Mendieta, ficou no banco para jogar no sacrifício no caso de alguma necessidade.

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Sem a mesma criatividade, o Palmeiras sofreu para criar chances de gol no primeiro tempo. A partida era pegada no meio-campo. Dono da melhor defesa da competição, o Ituano de Doriva confirmava a expectativa de jogar fechadinho atrás, sem deixar que a bola chegasse para Alan Kardec ou Leandro.

Ainda assim Wagner teve que trabalhar. Aos 16 minutos, pegou chute potente de Wesley. Aos 23, saiu aos pés de Leandro para salvar o Ituano depois de lindo passe de Mendieta. Do outro lado do campo, Fernando Prass também fez boa defesa, em chute de Rafael Silva, aos 34.

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No final do primeiro tempo, Alemão deu entrada dura em Alan Kardec, que precisou ser substituído com fortes dores na coxa esquerda. O centroavante foi para o vestiário apoiado em dois membros da comissão técnica e chorando. Para piorar a situação alviverde, Fernando Prass voltou a sentir lesão no tornozelo e foi trocado por Bruno no intervalo.

Sem três dos seus principais jogadores, o Palmeiras tinha mais 45 minutos para buscar um gol. Sentindo a cobrança da torcida, o time alviverde foi para cima. Bruno César arriscou de longe, a bola desviou em Alemão e foi para fora. Na sequência, o meia mesma cobrou escanteio, Marcelo Oliveira cabeceou bem, mas Wagner fez grande defesa. Na resposta, Rafael Silva chutou rasteiro e Bruno tirou com a ponta dos dedos.

O jogo já estava com 23 minutos do segundo tempo quando Gilson Kleina atendeu os pedidos da torcida e chamou Valdivia. Três minutos depois, Doriva trocou Jean Carlos por Marcelinho. E foi essa alteração que mudou o jogo. Aos 38 minutos, o meia de 24 anos, revelado na base do Corinthians, pegou sobra de chute de Esquerdinha que bateu na zaga e, com precisão, mandou no cano esquerdo de Bruno.

Desorganizado, cansado e nervoso, o Palmeiras não chegou sequer perto de furar a defesa do Ituano – que levou 10 gols em 17 partidas. A final, assim, será do melhor sistema defensivo contra o melhor ofensivo.

FICHA TÉCNICA:

PALMEIRAS 0 X 1 ITUANO

PALMEIRAS – Fernando Prass (Bruno); Tiago Alves, Lúcio, Wellington e Juninho; Marcelo Oliveira, Wesley, Mendieta e Bruno César; Leandro e Alan Kardec (Vinicius). Técnico – Gilson Kleina.

ITUANO – Vagner; Dick, Alemão, Anderson Salles e Dener; Josa, Jackson Caucaia e Cristian (Claudio); Rafael Silva, Jean Carlos (Marcelinho) e Esquerdinha. Técnico – Doriva.

GOL – Marcelinho, aos 38 minutos do segundo tempo.

ÁRBITRO – Antonio Rogério Batista do Prado.

CARTÕES AMARELOS – Mendieta, Vinicius, Tiago Alves, Wellington, Valdivia, Dener e Rafael Silva.

RENDA – R$ 1.363.977,50.

PÚBLICO – 29.166 pagantes.

LOCAL – Estádio do Pacaembu, em São Paulo.