Depois de muita conversa, discussões, pressão política, mas sobretudo parecer de seus engenheiros, a Fifa resolveu bancar o Itaquerão como palco da abertura da Copa do Mundo, apesar de ainda não se ter noção exata de quando as obras estarão totalmente concluídas. Mas ao assegurar na quinta-feira que o primeiro evento-teste na arena com a capacidade total de público – ou seja, com as arquibancadas provisórias instaladas – o presidente da Fifa, Joseph Blatter, mais do que dizer que confia na conclusão do estádio, teve a intenção de “esticar o calendário” para evitar novo contratempo.
No entanto, o estádio pode ter sua capacidade reduzida para 60 mil pessoas, informou na sexta-feira o secretário de planejamento de São Paulo, Julio Semeghini – inicialmente, a previsão era de que o estádio tivesse capacidade para 65.807 torcedores, sendo 20 mil assentos provisórios.
“Vamos fazer a arquibancada para completar 60 mil. Foi o combinado com a Fifa”, disse. As obras no Itaquerão foram retomadas – menos na área onde ocorreu o acidente em que dois trabalhadores morreram – e a maior parte da programação foi mantida. “Não temos mais folga”, afirmou à reportagem a vice-prefeita Nadia Campeão, coordenadora da SPCopa. “Mas muita coisa do que estava programado será feita normalmente.”
Ela confirma que a previsão de atraso causada pelo acidente é de 30 a 45 dias. Para que esse prazo não tenha de ser alterado, a Odebrecht colocou canteiros de outras obras que executa de sobreaviso. Eles irão auxiliar nos trabalhos da arena de Itaquera, caso seja necessário.