O ano entre os técnicos no interior paranaense foi e está sendo de Itamar Bernardes. Em março, era ele o homem a dar ordens no Paranavaí, vice-campeão estadual, na decisão com o Coritiba. Agora, os gritos do ex-centroavante trombador se transferiram para o Nacional de Rolândia, líder da Série A-1, a segundona do campeonato paranaense.
Itamar, 44 anos, está no Nacional pela terceira vez. Foi lá que o paulista de Batatais vestiu seu primeiro agasalho de treinador. De saída, campeão na Série A-2 em 1997, taça que reergueria no Mixto Bordô, de Telêmaco Borba, um ano depois.
Ao voltar para o Nacional, em julho, Itamar Bernardes fez uma limpa no time de medíocre campanha (quatro derrotas em seis jogoo) da primeira fase da A-1. “Dispensei treze e trouxe quinze jogadores”, conta. A maioria dos novos esteve no Paranavaí do início do ano: o goleiro Vilson, o zagueiro Rodrigo, o volante Márcio, o meia Edílson e o atacante Alessandro. Outros dos novos chegados são o zagueiro Márcio Santos, ex-Londrina, e o lateral-esquerdo Preto, ex-União Bandeirante.
A faxina funcionou e hoje o Nacional está, nas contas do técnico, a quatro pontos da Série Ouro. “Uma vitória e um empate nos bastam”, calcula o ex-atacante do Paranavaí, do extinto Colorado e da Inter de Limeira (SP). Na fase decisiva da A-1, o Nacional só perdeu um dos cinco jogos, domingo passado para o Cianorte, por 3 x 2. “O pênalti a favor deles não aconteceu”, reclama.
Em Itamar, porém, o que mais dói não é o pênalti de Cianorte, mas o descaso após o vice-campeonato paranaense. Ele ouviu comentários de que o Vila Nova de Goiânia, o Joinville e o Náutico tinham interesse em contratá-lo. “Proposta mesmo, só dos times aqui da região”, diz.
Para o técnico do Cianorte, o motivo que barrou sua ida para um clube grande é uma ferida social: o racismo. “Me diga quantos treiandores negros você vê por aí. Tem o Lula Pereira que foi sacaneado no Flamengo, mas são poucos”, protesta.