Guimarães – Os jogadores italianos vibraram como loucos durante 15 segundos, ontem, na cidade de Guimarães. Foi o tempo que demorou para serem informados de que o gol marcado por Cassano aos 49 minutos do segundo tempo contra a Bulgária era inútil. Não serviu para nada a vitória por 2 a 1, porque três minutos antes o sueco Jonson havia marcado o gol que definiu o empate por 2 a 2 com a Dinamarca e eliminou a Itália da Eurocopa.

Itália, Dinamarca e Suécia terminaram com cinco pontos no grupo C. As seleções escandinavas ficaram com as vagas por terem marcado mais gols nos confrontos diretos. A Suécia fez um contra a Itália e dois ontem, a Dinamarca fez dois agora e nenhum contra a Itália e os italianos marcaram apenas um contra os suecos.

“Vamos embora de cabeça erguida”, afirmou o técnico Giovanni Trapattoni, como se isso servisse de consolo para os italianos.

A eliminação de ontem foi o segundo fracasso seguido da Azzurra sob o seu comando. No Mundial de 2002, a Itália foi eliminada pela Coréia do Sul nas oitavas-de-final. Houve uma grande pressão da imprensa e dos torcedores para que Trapattoni fosse demitido e a campanha ganhou ainda mais força com o mau início da equipe na fase de classificação da Eurocopa, mas depois o time reagiu e o treinador ganhou um crédito de confiança.

Agora, será difícil Trapattoni resistir ao bombardeio que receberá. “Sexta-feira teremos uma reunião para analisar a situação. Mas é certo que jogamos abaixo de nossas possibilidades, ainda mais que estávamos num grupo não muito complicado”, afirmou Franco Carraro, presidente da Federação Italiana de Futebol.

Outro grande derrotado foi o atacante Totti. Ele chegou ao torneio com status de estrela, mas a marca que deixou foi a de um jogador sem equilíbrio emocional para enfrentar os grandes jogos. Deu uma cusparada no dinamarquês Poulsen na estréia, foi punido com três rodadas de suspensão e viu os dois últimos jogos sentado na tribuna.

A Bulgária abriu o placar aos 44 minutos, com um gol de Petrov cobrando um pênalti muito discutido. “O atacante estava agarrando minha camisa e nós caímos. Quando ouvi o apito, achei que o juiz tivesse marcado falta para nós. Não acreditei quando vi que tinha dado pênalti”, disse o zagueiro Materazzi.

Perrotta empatou aos três minutos da segunda etapa. Depois disso, a Itália pressionou desordenadamente em busca da virada, que só veio aos 49 minutos. A euforia de Cassano transformou-se em dor assim que chegou ao banco de reservas para abraçar seus companheiros e ficou sabendo do resultado da outra partida.

Ficha técnica:
Gols: Martin Petrov, aos 45 do 1.º; Perrotta, aos 3, e Cassano, aos 49 do 2.º.
Itália: Buffon; Panucci, Nesta, Materazzi (Di Vaio) e Zambrotta; Fiore, Pirlo e Perrotta (Oddo); Cassano, Del Piero e Corradi (Vieri).
Bulgária: Zdravkov; Borimirov, Pazhin (Kotev), Zagorcic e Stoyanov; Hristov (Dimitrov), Jankovic (Bojinovic) e Martin Petrov; Lazarov, Milen Petkov e Berbatov.

Jogos de hoje

Hoje jogam Alemanha e República Checa, em Lisboa, e Holanda e Letônia, em Braga, para definir os dois últimos classificados para as quartas-de-final. Os dois jogos são às 15h45 (horário de Brasília).

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