"Me parece que esta não é a Itália de Lippi: joga muito na defensiva, me lembra a equipe de Trapattoni. Acho que sofrem pela ausência do Totti". Para o ex-árbitro equatoriano Byron Moreno, a Itália tem uma grande importância na sua carreira. Foi ele que apitou o jogo pelas quartas-de-final da Copa do Mundo 2002, contra a Coréia do Sul, que causou a eliminação dos italianos. De maneira evidentemente não impecável, vistas as polêmicas que se seguiram e que o obrigaram a pendurar o apito precocemente.
Entre as decisões contestadas naquela ocasião, a expulsão de Totti: "Eu conversei com Elizondo (árbitro argentino que dirigiu a final da Copa de 2006)", conta Moreno, "e ele concorda comigo. Aliás, acha que devia ter mostrado o cartão vermelho ‘direto’ no primeiro lance".
Sobre o gol do holandês Van Nistelrooy no primeiro jogo da Eurocopa 2008 contra a Itália, que foi muito contestado, Moreno dá razão a Uefa: "As regras dizem: quem decide é o árbitro. E o árbitro decidiu pelo prosseguimento da jogada, e pela validade do gol, após a saída de Panucci". E como ele teria agido no lugar do árbitro da partida? "Eu teria esperado a decisão do bandeirinha. Lembra do jogo Itália-Coréia do Sul? Vocês me criticaram pelo gol do Tommasi anulado na prorrogação. Admito: foi um erro. Mas a responsabilidade era do bandeirinha".
Os árbitros da Eurocopa 2008 também não parecem impecáveis. Os sul-americanos são melhores? "Não sei se melhores", conclui Moreno. "Com certeza, enquanto os europeus estão acostumados a jogadores respeitosos e corretos, na América do Sul existem jogadores que simulam, são violentos e reclamam muito. É uma escola que te prepara para grandes eventos".