Na reta final de preparação para a Copa das Confederações, a seleção italiana está hospedada de frente para o mar na Barra da Tijuca e os jogadores estão loucos para conhecer pontos turísticos do Rio como o Cristo Redentor e o Pão de Açúcar, mas não existe a menor chance de a dose ser repetida ano que vem durante o Mundial. A casa da Itália em 2014 será São Paulo ou Belo Horizonte.
A preferência do técnico Cesare Prandelli é pela capital mineira. A equipe ficaria alojada no CT do Cruzeiro ou no do Atlético e não precisaria se deslocar para treinar. São Paulo é a preferida da Federação Italiana de Futebol por ser a cidade brasileira com maior número de imigrantes e descendentes de italianos. Nesse caso, a seleção usaria as dependências da Academia palmeirense e do Allianz Parque, que deverá ficar pronto no primeiro trimestre do ano que vem. Seria escolhido um hotel próximo aos redutos do clube para facilitar o deslocamento, porque quando esteve na cidade para o sorteio dos grupos da Copa das Confederações, no início de dezembro, Prandelli ficou assustado com o trânsito que pegava entre o hotel na Alameda Santos, na região da avenida Paulista, e o Anhembi, na zona norte.
Embora Prandelli tenha sido diplomático ao falar das condições que encontrou no Rio, a verdade é que a delegação tem queixas. O ex-jogador Demetrio Albertini, que hoje é vice-presidente da federação, reclamou de ter sido avisado apenas quatro dias antes da chegada ao Brasil que o campo do Engenhão não poderia ser utilizado. O jeito foi transferir os trabalhos para um campo secundário, atrás de uma das arquibancadas, cujo gramado não agradou aos italianos. Para chegar lá, os jogadores precisam sair do vestiário e subir três rampas.
As condições de trabalho para os jornalistas também estão aquém do padrão italiano. A sala de entrevistas coletivas é pequena, e não há uma sala de imprensa com mesas, wi-fi e tomadas em bom número para transmissão das matérias. “O que a Fifa nos deu foi isso, não temos o que fazer para melhorar a situação”, disse um integrante do departamento de comunicação da federação. E a viagem entre o hotel e o estádio dura de 30 a 40 minutos.
Nas grandes competições, a entidade costuma montar a “Casa Azzurra”, um local que oferece restaurante, estrutura para as tevês montarem estúdios, salas de imprensa e de entrevistas coletivas. Na vitoriosa campanha na Copa da Alemanha, em 2006, os treinos eram no CT do Duisburg e as entrevistas, no estádio da equipe. Todo dia os jogadores escolhidos para falar (ou o técnico Marcello Lippi) saíam do treino, entravam numa van e iam para o estádio – que ficava a menos de dez minutos de distância. No Engenhão isso não foi possível.