Atlético Paranaense e Santos abrem nesta quarta-feira, às 19h15, a série brasileira das oitavas de final da Copa Libertadores longe do melhor momento de ambos os clubes na temporada e também em palco bem diferente do usual para um confronto entre eles: o estádio Durival de Brito, em Curitiba.
A definição do local do confronto, aliás, provocou uma dor de cabeça para os dirigentes do Atlético Paranaense nas últimas semanas. Com a Arena da Baixada indisponível em razão do seu aluguel para a disputa da fase final da Liga Mundial de vôlei, o clube precisou buscar alternativas para mandar o jogo.
A primeira delas era o Couto Pereira, mas o Coritiba rejeitou alugar o seu estádio sob a alegação de que está trocando o gramado. Assim, para não sair de Curitiba, o Atlético Paranaense recorreu ao modesto Durival de Brito, costumeira casa do Paraná, recebendo o aval da Conmebol para mandar a partida lá.
Ainda assim, ficou sem a sua tradicional e moderna casa, fator decisivo para a sua classificação à Libertadores deste ano, pois foi o melhor mandante do Campeonato Brasileiro de 2016, e precisará jogar em um local bem mais acanhado, que pode receber apenas 20 mil espectadores, ainda que histórico – foi palco de partidas da Copa do Mundo de 1950 -, o que fez o clube nem vender ingressos para o confronto, pois possui mais sócios do que a capacidade do estádio.
“Claro que se jogássemos na Arena, estaríamos mais habituados. Sabemos que a pressão da torcida lá é maior. Mas já fizemos jogos aqui como mandante, a torcida nos apoiou e conseguimos bons resultados”, afirmou o volante Otávio.
Lá, o Atlético Paranaense tentará se recuperar após uma semana de tropeços. Afinal, após se recuperar de um início desastroso no Brasileirão, o time voltou a oscilar e praticamente deu adeus à Copa do Brasil ao ser goleado por 4 a 0 pelo Grêmio no jogo de ida das quartas de final, em Porto Alegre, na última quarta-feira. Depois, no fim de semana, voltou a ver a zona de rebaixamento do Nacional mais próxima ao perder para o Sport no Recife, ainda que tenha poupado vários titulares.
O Atlético Paranaense terá uma baixa certa para o duelo contra o Santos. O zagueiro Wanderson está suspenso e será substituído por Paulo André. Em compensação, o time terá os retornos do lateral-direito Jonathan, do zagueiro Thiago Heleno, do lateral-esquerdo Sidcley, do volante Otávio e do meia-atacante Nikão, todos descansados após não encararem o Sport. E a única está no comando do ataque, entre Éderson e Grafite.
Na memória de Atlético Paranaense e Santos ainda está, claro, o confronto entre eles pelo Brasileirão. Ainda sem o técnico Levir Culpi, o time paulista venceu por 2 a 0, com gols de Kayke. Naquela oportunidade, a equipe paulista apostou nos contra-ataques e em explorar os erros do adversário para assegurar a vitória.
E a estratégia santista não deverá ser muito diferente nesta quarta-feira, ainda mais que Levir Culpi segue sofrendo com o excesso de desfalques. Mesmo recuperado de lesões, o lateral-esquerdo Zeca e o centroavante Ricardo Oliveira seguem de fora do time. E como Caju se lesionou no fim de semana, o treinador voltará a improvisar Jean Mota na lateral, além de manter a aposta em Kayke no ataque.
“Sabemos que a Libertadores tem um clima diferente. Independente de já termos vencido o Atlético, e de nossa situação ser diferente da deles no Brasileiro, tenho certeza de que será outra partida. Temos que fazer um duelo com espírito de Libertadores, precisamos disso para sair de lá com um bom resultado”, afirmou Kayke.
A mais nova baixa do Santos foi o meia-atacante Vitor Bueno, que rompeu o ligamento cruzado anterior do joelho direito e não voltará a atuar pelo clube nesta temporada, deixando Levir Culpi com ainda menos opções ofensivas no banco de reservas para o jogo de ida de um mata-mata em que os gols marcados como visitante servem como critério de desempate.
Para piorar, o Santos vem apresentado baixa produção ofensiva em seus últimos compromissos, a ponto de ter o quarto pior ataque do Brasileirão, com apenas 10 gols marcados. E o momento do time na temporada não é nada bom, com tropeços nos últimos três compromissos – derrotas por 1 a 0 para Sport e 2 a 0 para Flamengo, este pela Copa do Brasil, e empate com o Atlético Goianiense por 1 a 1.
Neste último jogo, no fim de semana, o Santos adotou expediente parecido ao do Atlético Paranaense ao não utilizar vários titulares – casos de Victor Ferraz, Lucas Veríssimo, Jean Mota, Renato, Copete e Bruno Henrique. A expectativa é de que todos eles estejam descansados e possam ajudar o time a manter a invencibilidade na Libertadores.
Será, assim, um passo importante para o Santos se “vingar” do encontro entre os clubes nas quartas de final da edição de 2005 da competição, quando o Atlético Paranaense se classificou no estádio da Vila Belmiro, em Santos, que será o palco do duelo de volta, agendado para 10 de agosto.