São Paulo – O mais longo seqüestro da história de São Paulo acabou ontem. Nos 159 dias em que esteve no cativeiro, a empregada doméstica Maria de Lourdes de Oliveira, de 35 anos, emagreceu 20 quilos, foi amarrada, espancada e ameaçada de morte pelos bandidos que estavam irredutíveis: eles exigiam R$ 5 milhões para libertá-la. Quem deveria pagar o resgate seria o irmão da vítima, o atacante Ricardo Oliveira, do Milan. Mas, antes que isso ocorresse, a polícia estourou o cativeiro e libertou a irmã do jogador de futebol.
Ricardo Oliveira agradeceu a todos que o apoiaram durante o caso. ?Finalmente tenho boas notícias do Brasil. É importante ver que ela está bem. Agora posso pensar apenas em jogar?, afirmou o atacante ao canal de TV do Milan.
O jogador disse que ainda está traumatizado com o caso e, por isso, tinha pouco a dizer. ?Farei tudo o que puder para agradecer ao Milan pela forma como fui tratado.? Ricardo Oliveira contou que a notícia da libertação trouxe ?grande alegria? ao centro de treinamento da equipe. ?Ninguém tem condição de entender uma situação como esta até que a viva pessoalmente.?
Uma denúncia anônima ao disque-denúncia (181) levou os investigadores da 8.ª Delegacia Seccional (São Mateus) ao apartamento 32, do Bloco B, no conjunto do CDHU na Estrada da Servidão, no Parque São Rafael, na zona leste de São Paulo. Os policiais arrombaram a porta do apartamento de dois quartos, sala e cozinha e acharam a vítima trancada em um dos quartos. ?Foi o melhor momento da minha vida?, disse Maria.
Alívio de Maria e da polícia, que temia pelo pior: que a vítima tivesse sido assassinada. É que, todo o tempo em que esteve em poder dos bandidos, os criminosos se recusaram a entregar qualquer prova de que Maria estivesse viva.