Enquanto aumentam os esforços internacionais para evitar uma nova guerra entre os Estados Unidos e o Iraque, a seleção feminina deste último propôs um meio pacífico de diminuir a tensão entre os países e convidaram as norte-americanas para um amistoso. “Assim travamos uma batalha civilizada dentro de campo”, justificou a goleira Sana Ahmed.
A idéia do jogo amistoso surgiu da zagueira e capitã da equipe, Khouloud Layez. “Seria uma grande oportunidade de demonstrar que nós temos um país civilizado e que amamos o esporte assim como elas”, disse. “Não nos assusta enfrentar as campeãs do mundo. Temos chances de ganhar porque estamos motivadas”, garantiu. Para a atacante Nida Yasser, a necessidade de rivalizar dentro de campo contra outras equipes internacionais é muito importante para o futuro do esporte nacional. “Queremos jogar com equipes internacionais. O embargo não deve afetar o esporte”.
Boa fase
Segundo o diretor do diário esportivo Al Rafidain, Hussein Younes, a motivação das jogadoras iraquianas coincide com a boa fase que vive o futebol iraquiano. “As sanções impostas pela ONU desde 1990 criaram um espírito de desafio e de competitividade entre nossos atletas”, explicou o jornalista lembrando a participação dos homens no torneio na Ásia e a conquista da categoria juvenil no campeonato continental, no Irã, há dois anos. “Não podemos esquecer que, antes das sanções da ONU, o Iraque era campeão na Ásia e no Golfo. A guerra, o embargo e o fim das relações internacionais mudaram as coisas porque não é possível separar o esporte da política”.