Rio – O superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) no Rio de Janeiro, Carlos Fernando Andrade, acenou com a possibilidade de autorizar a realização das obras na Marina da Glória para os Jogos Pan-Americanos de 2007 sob uma condição: de o projeto ser reduzido. ?Como está concebido não dá.? A princípio, o impasse pode terminar na quinta, quando os responsáveis pelas construções prometeram apresentar uma nova proposta.

continua após a publicidade

As obras para a realização das provas de vela na Baía de Guanabara foram paralisadas no início de outubro, quando a Justiça cassou uma liminar que permitia o andamento do projeto. O principal problema é que desde 1965 o Parque do Flamengo, que inclui a Marina da Glória, foi tombado e as construções no local precisam da autorização do Iphan.

?O projeto apresentado está superdimensionado, maior do que é necessário para as competições de vela. Ele tem uma parte náutica e outra não, isso ultrapassa as necessidades dos jogos?, disse o superintendente do Iphan. ?Para se ter uma idéia, 80% do projeto é voltado para lanchas e 20% para veleiros. No Pan não tem prova para lancha. Corta essa parte e já diminuímos muito.?

Além da obras para lanchas, Andrade criticou a extensão do projeto, de 19 mil metros quadrados, além da garagem de dois andares prevista para atingir 15 metros de altura. Ainda rechaçou o argumento de que as competições só poderiam ser realizadas na Marina da Glória.

continua após a publicidade

?É inacreditável que em uma cidade com duas baías e uma ampla região oceânica somente ali possam ser disputadas as provas de vela. O problema é que atrelaram o projeto ali?, disse o superintendente do Iphan. ?Precisamos de um projeto minimalista; quanto mais próximo do nada, para se construir, melhor.?

Responsável pela concessão da Marina da Glória, o prefeito do Rio, Cesar Maia, disse que não está interferindo nas negociações e ratificará a decisão tomada pelo Comitê Organizador dos Jogos (Co-Rio). Já a concessionária, Marina da Cidade, responsável pelo empreendimento de R$ 41 milhões, informou que estuda as adequações pedidas pelo Iphan com o objetivo de apresentá-las na quinta-feira.

continua após a publicidade