O governo do Rio está um passo mais próximo das demolições do estádio de atletismo Célio de Barros e do parque aquático Júlio Delamare, previstas no edital de concessão do Maracanã à iniciativa privada. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) autorizou as demolições e já enviou comunicado ao governo fluminense. As duas arenas ficam no entorno do Maracanã, tombado pelo Iphan em 2000.
Segundo o Iphan/RJ, somente o Maracanã é tombado, mas qualquer intervenção no entorno só pode ser feita com a autorização do Instituto. No documento enviado ao governo do Rio, o Iphan autoriza as demolições de Célio de Barros, Júlio Delamare e também da escola municipal Friedenreich porque “sob o ponto de vista do tombamento, estas não agregam valor ao bem tombado”.
A decisão, de acordo com o Iphan/RJ, é final. Foi tomada pela superintendente no Rio, Cristina Lodi, “com a concordância” da presidente nacional do Instituto, Jurema de Sousa Machado. A autorização “recomenda” a “manutenção” do Maracanãzinho e do prédio do antigo Museu do Índio, que já estão previstas no edital de concessão – embora inicialmente a intenção do governo fosse também demolir o prédio do Museu. Agora, será transformado em Museu Olímpico.
O Iphan/RJ solicitou que sejam submetidos ao Instituto os “novos projetos executivos a serem construídos no entorno do Maracanã, quer sejam edificações ou obras de urbanização”, e também os projetos de “restauração/requalificação” do Museu do Índio e do Maracanãzinho.
A autorização do Iphan veio um dia depois de a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) lançar abaixo-assinado em sua página na internet contra a demolição no parque aquático Júlio Delamare (que recebeu investimentos de R$ 10 milhões na reforma para o Pan de 2007). O protesto já foi assinado pelos grandes nomes da natação brasileira, os medalhistas olímpicos Thiago Pereira e Cesar Cielo, que disputam no Rio o Troféu Maria Lenk.
A licitação para concessão do Maracanã à iniciativa privada continua em andamento. Na fase atual, a comissão de licitação, formada por integrantes do governo do Rio, analisa as propostas técnicas apresentadas pelos dois consórcios que disputam o comando do estádio pelos próximos 30 anos.