O Corinthians conquistou o título do Campeonato Paulista pela 26ª vez na história – a quinta de forma invicta -, ao empatar por 1 a 1 com o Santos no Pacaembu neste domingo, na grande final do estadual. A taça marca o fim da fase de escândalos e rebaixamento do time, que ressurge junto com o seu principal atacante, Ronaldo.
Ronaldo encerra o campeonato como artilheiro da equipe – ao lado de Chicão, com 11 gols – e ídolo maior de uma torcida que há tempos só via problemas. O título põe fim a um jejum de seis anos na competição. É a segunda conquista do técnico Mano Menezes no clube, somando a Série B do Brasileiro do ano passado, e de boa parte do grupo de jogadores. Uma base que credencia o Corinthians a ser um dos favoritos ao título do Brasileirão, que começa no próximo fim de semana.
Por outro lado, o vice-campeonato santista não pode significar problema. Após conseguir a classificação para a fase final com sufoco, na quarta colocação, e passar pelo Palmeiras, o time e o técnico Vágner Mancini foram aplaudidos pelos seus poucos torcedores que puderam estar no estádio.
No jogo, quem comemorou gol primeiro foi o Santos. O time atacava e vinha de chances com Madson, Triguinho e Kléber Pereira desde o apito inicial. O artilheiro santista, ao invadir a área aos 27 minutos, sofreu pênalti de Felipe – um toque sutil da mão direita do goleiro no pé esquerdo do atacante. “Eu acertei, eu atingi o Kléber”, admitiu Felipe. O santista bateu no canto oposto do goleiro para marcar 1 a 0.
A esperança santista terminou cinco minutos depois. André Santos resolveu avançar, tabelar com Dentinho e, ao receber na esquerda, invadir a área e chutar forte, rasteiro, num espaço reduzido entre a trave e o goleiro Fábio Costa, que nada pôde fazer. O lateral-esquerdo explicou a comemoração do gol: “Fiz um ‘L’ de Letícia, nome da minha irmã, que tá aí junto com meu afilhado e toda a minha família”.
O lance, curiosamente, aconteceu após a troca de uma bola que murchou. No fim do primeiro tempo, Ronaldo bateu boca com Domingos por ele não devolver a bola após um pedido de troca por outra por estar esvaziada.
“Joguei para fora [a bola] e ele não devolveu, pô”, reclamava o Fenômeno. “Não tinha nada disso não, nada de bola murcha”, justificativa o zagueiro santista. Domingos e Dentinho, por sinal, se estranharam bastante na partida e trocaram pancadas e cotoveladas. Quanto às duas bolas, ambas tinham problema e foram trocadas no intervalo, de acordo com o quarto árbitro, Eduardo César Coronado Coelho.
O discurso de atitude, ataque e domínio do Santos não tiveram muito efeito no segundo tempo. O Corinthians teve mais força ofensiva e era bastante perigoso nas jogadas pelas laterais e cruzamentos – Ronaldo quase faz um gol de cabeça numa dessas jogadas. Tal era o domínio que aos 24 minutos os torcedores já gritavam “olé”. E esperaram o tempo passar para comemorar bastante com a taça de campeão paulista.
Ficha Técnica:
Corinthians 1 x 1 Santos
Corinthians – Felipe; Alessandro, William, Diego e André Santos (Wellington Saci); Cristian, Elias e Douglas (Fabinho); Dentinho (Morais), Ronaldo e Jorge Henrique. Técnico: Mano Menezes.
Santos – Fábio Costa; Luizinho (Molina), Domingos, Fabiano Eller e Triguinho; Roberto Brum, Germano e Paulo Henrique (Robson); Madson, Neymar (Maikon Leite); Kléber Pereira. Técnico: Vagner Mancini.
Gols – Kléber Pereira, aos 27, e André Santos, aos 33 minutos do primeiro tempo.
Cartões amarelos – Felipe, Elias, Cristian, Dentinho, Douglas (Corinthians); Neymar, Fabiano Eller, Roberto Brum, Germano (Santos).
Cartão vermelho – Domingos (Santos).
Árbitro – Sálvio Spínola Fagundes Filho.
Renda – R$ 1.894.376,00.
Público – 36.860 torcedores.
Local – Estádio do Pacaembu, em São Paulo (SP).
