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Investigador diz que relatório final sobre doping na Rússia ainda será revelado

O enorme escândalo de doping no esporte russo ainda terá novos capítulos nos próximos meses. Quem garante é o investigador Richard McLaren, contratado a mando da Agência Mundial Antidoping (Wada) justamente para trabalhar neste caso. Segundo o advogado canadense, o relatório final sobre o esquema sistemático de uso de substâncias proibidas por atletas no país ainda está longe de ser finalizado.

“O relatório (final) está ao menos a alguns meses de ser terminado”, declarou McLaren nesta sexta-feira em entrevista à agência The Associated Press. “A gente ainda não reportou nada (sobre o relatório) às federações de esporte. Só quando fizermos isso, vamos divulgar.”

O relatório inicial do advogado à Wada abalou a estrutura do esporte russo quando foi divulgado em julho. Foi este documento que comprovou que o esquema de doping na Rússia, que se acreditava focar apenas no atletismo, era generalizado e atingia mais de 20 modalidades olímpicas, entre esportes de verão e de inverno. Graças a ele, diversos atletas russos foram impedidos de competir na Olimpíada do Rio.

Por isso, o relatório final de McLaren é bastante aguardado. O advogado nunca estabeleceu um prazo para sua divulgação, mas acredita-se que seja revelado antes do início da próxima temporada de esportes de inverno, em novembro. “É urgente que este relatório saia o mais rápido possível”, admitiu.

Os russos temem que as novas investigações do canadense prejudiquem a preparação do país para a Olimpíada de Inverno de 2018, que acontecerá na Coreia do Sul. Por isso, os dirigentes locais pediram aos atletas que interrompam a preparação na Rússia e achem novos locais para treinarem.

Na Olimpíada do Brasil, o relatório de McLaren gerou a suspensão de diversos atletas russos, que foram impedidos de competir no Rio. O advogado, no entanto, alertou que os Jogos provavelmente foram atingidos por casos de doping ainda não revelados, uma vez que mais de quatro mil amostras de sangue e urina foram colhidas durante o evento e o material será guardado por dez anos. A esperança é de que a tecnologia avance para conseguir detectar eventuais produtos ilegais consumidos por atletas.

“Vimos em Londres em 2012 que, quatro anos depois, os resultados foram diferentes”, disse. “Estou convencido de que teremos de esperar anos para saber os reais resultados no Rio”, comentou McLaren.

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