Investigação revela que jogos de Grand Slams foram manipulados

Torneios e partidas de elite no tênis foram manipuladas para garantir a apostadores milhões de dólares em lucros, envolvendo até mesmo competições do Grand Slam, como Wimbledon e o Aberto da Austrália. Uma investigação publicada nesta segunda-feira pela BBC e pelo site BuzzFeed News aponta que 16 jogadores entre os top 50 do mundo foram flagrados mais de uma vez por investigadores diante das suspeitas de que tenham entregue jogos nos últimos dez anos.

Estrelas como Serena Williams fizeram questão de se distanciar das revelações. “Só posso falar por mim. Se essas coisas acontecem, eu não sei”, disse. Segundo as investigações, uma unidade montada para monitorar eventuais manipulações de resultados – Tennis Investigation Unit – não teria sido capaz de identificar os casos e nem de impor sanções quando foram revelados.

A imprensa inglesa evita revelar, porém, os nomes dos envolvidos. Mas aponta que, entre os 16 suspeitos, estão inclusive vencedores do Grand Slam. Apesar disso, eles foram autorizados a continuar competindo. O diretor de integridade do TIU, Nigel Willerton, se recusou a comentar se algum dos jogadores atuando em Melbourne está envolvido.

Os documentos, segundo a BBC, teriam sido obtidos a partir de investigações internas da ATP. Mas a entidade que governa o esporte recusa qualquer sugestão de que tenha abafado casos. “Rejeitamos qualquer sugestão de que evidências de manipulação de resultados tenham sido abafadas por qualquer razão”, disse o presidente da ATP, Chris Kermode, que apontou que US$ 14 milhões foram investidos pela entidade para combater a corrupção.

No centro da investigação estariam grupos de apostadores na Rússia, no norte da Itália e na Sicília. Ele teriam feito importantes apostas em jogos que estão sob suspeita de terem sido manipulados. Pelo menos três jogos ocorreram em Wimbledon.

Já em 2008, uma investigação interna sugeriu que 28 jogadores envolvidos nessas apostas deveriam ter sido alvo de um inquérito. Mas nada foi feito. Dois jogadores chegaram a ser investigados – Nikolay Davydenko e Martin Vassallo Arguello – mas foram inocentados.

Agora, os documentos apontam para mais de 80 mensagens trocadas entre o argentino Arguello e grupos de apostadores na Sicília, recolocando os dois jogadores no centro da polêmica.

Em 2015, mais de 50 jogos foram colocados em uma lista de suspeitas de manipulação. Segundo a investigação, ameaças e pagamentos de mais de US$ 50 mil são oferecidos aos jogadores nos quartos de seus hotéis.

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