Um painel independente de investigação revelou nesta quarta-feira que o tênis enfrenta “um sério problema de integridade” em seus torneios menores. Segundo definição de um dos autores da apuração, há um “tsunami” de corrupção nas competições, que não incluem eventos da ATP, WTA ou os Grand Slams.

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Um dos três advogados responsáveis pelo painel, Adam Lewis afirmou que há “erros e oportunidades perdidas” por parte das entidades responsáveis por evitar estes casos de manipulação de resultados. Mas descartou qualquer conivência por parte destes grupos de investigação.

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“Em um número de questões, a ATP falhou ao finalizar potenciais pistas antes de encerrar suas investigações”, disse Lewis, em entrevista coletiva realizada em Londres. “Há falhas nos esforços da modalidade em acabar com as causas das brechas [para estes crimes]”, declarou.

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A investigação independente foi motivada por uma reportagem da BBC e do BuzzFeed News publicada em janeiro de 2016. Os veículos alegaram na matéria jornalística que autoridades do tênis ignoraram diversas evidências de manipulação de resultados envolvendo mais de uma dúzia de tenistas.

O painel acompanhou mais de 3.200 tenistas e entrevistou ao menos 200. Segundo Lewis, a apuração descobriu um “lamentável campo fértil para brechas no quesito integridade do esporte” em torneios de nível Challenger e Future. Por outro lado, “isso não parece ser um problema quando se trata de competições do circuito e dos Grand Slams”, afirmou o advogado, referindo-se ao maior controle por parte das autoridades nestas competições.

Para minimizar o problema, o painel apresentou sugestões à Federação Internacional de Tênis (ITF), que organiza as competições menores do circuito. Os advogados afirmaram que a entidade deve parar de vender os dados dos placares dos jogos à empresas especializadas em apostas. Para o painel, essa comercialização cria ambiente favorável à corrupção.

Eles também sugeriram aumentar a transparência na divulgação dos valores pagos aos tenistas para disputarem alguns torneios e a ampliação da equipe e do alcance da Unidade de Integridade do Tênis (TIU, na sigla em inglês), a entidade anticorrupção criada em 2008 após denúncias de apostas suspeitas. “Uma reforma fundamental é necessária”, disse Lewis.