A International Board, entidade que serve de guardiã das regras do futebol, lamentou a decisão de não se utilizar o árbitro de vídeo no Campeonato Brasileiro neste ano. Mas indicou que não pode forçar ninguém a aplicar a tecnologia e que não existirá, por enquanto, qualquer tipo de apoio internacional para financiar o uso do sistema pelo mundo.

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O Brasil é o primeiro caso de um país que fazia parte do grupo de campeonatos que testavam o sistema a optar por não utilizar a tecnologia, antes mesmo de sua aprovação oficial.

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Na segunda-feira, os 20 clubes do Campeonato Brasileiro decidiram que, por conta dos custos, não haverá árbitro de vídeo no torneio deste ano. O sistema custaria R$ 20 milhões e, de acordo com a CBF, caberia aos times bancar o investimento. Doze deles votaram contra, com uma abstenção e sete a favor. “Não é a melhor das notícias”, disse em entrevista ao Estado o secretário-geral da International Board, Lucas Brud.

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No início de março, sua entidade e a Fifa devem anunciar a aprovação final da tecnologia e dar um sinal verde para que a Copa do Mundo, na Rússia, seja a primeira edição do torneio a usar o vídeo para auxiliar os juízes.

No total, 25 competições em 15 países diferentes estavam participando da fase de testes, entre eles o Brasil. Mas o envolvimento brasileiro era considerado como importante, diante do peso que o torneio pode ter em convencer outros a seguir o mesmo caminho. Mas o dirigente não vê como a decisão pode mudar o planejamento internacional e o calendário de aprovação do novo sistema. “A realidade é que não podemos impor o sistema em ninguém. Cabe a cada federação decidir o que quer fazer”, destacou Brud.

O dirigente admite que as entidades internacionais não podem fazer nada se não houver um acordo sobre quem deve arcar com os custos. Ele lembra que, antes de iniciar os testes, os alemães tiveram o mesmo debate e, em uma primeira votação, os clubes também se negaram a arcar com os gastos. Mas um acordo acabou sendo encontrado um ano depois.

No caso dos países que estavam realizando os testes, porém, o Brasil é o primeiro caso de recuo, o que poderia mandar um sinal negativo para o mundo. Brud não descarta que outros possam seguir o mesmo caminho, diante de uma falta de acordo sobre quem deveria arcar com o investimento.

Segundo ele, porém, não há uma previsão de que o custo da implementação do vídeo seja reduzido de forma substancial nos próximos anos. “A tecnologia pode ver uma queda em seu preço. Mas sua implementação exige um número elevado de técnicos e de árbitros e esse custo não vai cair”, explicou.