A partir de janeiro, os governantes terão no seu encalço comitês de monitoramento dos gastos públicos na Copa do Mundo de 2014 e na Olimpíada de 2016. O Instituto Ethos lançou nesta sexta-feira o projeto “Jogos Limpos Dentro e Fora dos Estados”, que visa a aumentar a transparência na contratação e execução de serviços para as duas competições. A previsão é de que nos próximos cinco anos, com apoio da multinacional Siemens, sejam investidos US$ 3 milhões (R$ 5,1 milhões) no combate à corrupção.
Serão criados uma página na internet, indicadores de transparência e um canal de denúncias de irregularidades, além de outras ferramentas que vão focar possíveis fraudes em quatro setores: Construção Civil, Saúde, Transporte e Energia. “Além do legado físico da Copa e da Olimpíada, queremos o legado ético”, afirmou o vice-presidente do instituto, Paulo Augusto Itacarambi.
O Ethos mantém parceira com a CGU (Controladoria-Geral da União) – braço do governo federal responsável pelo incremento da transparência da gestão por meio das atividades de controle interno, auditoria pública e ouvidoria – e promete encaminhar ao órgão as denúncias de uso irregular do dinheiro público. O Ministério Público também será acionado. “O foco do projeto é a questão ética”, disse Itacarambi. “Não queremos ser vistos como pessoas que vão atrapalhar a realização da Copa e da Olimpíada, mas acompanharemos as obras e os contratos para que eles não sejam fraudulentos”.
O primeiro passo será um mapeamento para identificar os pontos de vulnerabilidade dos acordos já firmados. Entre as entidades com que já foram estabelecidas parcerias estão a Rede Brasileira de Cidades Sustentáveis, o Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea) e a Associação Nacional dos Engenheiros e Arquitetos da Caixa Econômica Federal (Aneac), que tem um grupo de profissionais em cada cidade-sede para acompanhar as obras.