Sob a sombra do fracasso no Paranaense e na Copa do Brasil, o Paraná Clube iniciou a sua caminhada na Série B desacreditado. Não bastasse a reformulação profunda do elenco.

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Uma reforma, aliás, feita a “toque de caixa” e com o Brasileiro já em andamento. Por problemas estruturais, o Tricolor seguia na contramão do que se imagina o ideal em uma competição de 38 rodadas e por pontos corridos.

Até mesmo o comando técnico foi alterado, com a saída de Velloso e o retorno de Zetti, que comandara a equipe na Libertadores de 2007. Este imbróglio, aliás, escancarou as divergências entre L.A. Sports e Base, parceiras do Paraná Clube.

Zetti foi “rotulado” de técnico da L.A. e ao perder seu posto disparou contra a Base, alegando pressão para escalar os garotos revelados no clube. Uma discussão que serve de pano de fundo e explica muito do fracasso do Tricolor em sua segunda tentativa de retorno à primeira divisão nacional.

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Com reforços chegando a cada dia, o time não se preparou para a maratona e logo na primeira rodada Zetti se viu obrigado a promover estreias precipitadas e recorrer a alguns garotos para compor um time para encarar o Bahia.

A derrota por 2×0 foi emblemática e sinalizava as dificuldades que o Tricolor encontraria pela frente. O time só conseguiu reagir na 4.ª rodada, vencendo o Vasco e, na sequência, o Juventude. Mas, foi só.

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O Paraná tropeçou no Ceará (3×3), em casa, e depois sofreu três derrotas seguidas, encerrando o ciclo de Zetti na Vila Capanema. O técnico foi demitido e para o seu lugar a diretoria foi buscar Sérgio Soares, que apesar de deslizes recentes na Ponte Preta e no São Caetano realizara bom serviço no Santo André, ano passado.

Começava assim o segundo ciclo da equipe nesta Série B. E uma largada nada animadora. Jogando no Serra Dourada, o Tricolor sofreu aquela que seria a maior goleada da Segundona em 2009: Atlético Goianiense 5×0.

Sérgio Soares percebeu que somente com um “tratamento de choque” conseguiria modificar o perfil de um grupo marcado pela falta de identidade. Apostas como Dinelson e Aderaldo não vingaram e o Tricolor se via mais uma vez obrigado a buscar algumas peças para ao menos salvar a temporada.

Neste momento, os paranistas já sentiam o retorno do mesmo temor do ano anterior, quando flertou de perto com o rebaixamento para a Série C. Só que Soares obteve uma resposta imediata do grupo.

O Paraná venceu o Ipatinga e, na rodada seguinte acabou com a invencibilidade do Guarani. Um resultado positivo frente ao São Caetano sinalizou para a arrancada do time.

Porém, tendo sempre a instabilidade como estigma a carregar, o Tricolor conseguiu perder em casa para o ABC, abortando todos os planos da comissão técnica. E foi assim, se arrastando, que o Paraná chegou à 22.ª rodada, que seria a última de Sérgio Soares à frente do time.

Após a vitória sobre o América-RN (2×1, na Vila Capanema), o treinador abandonou o barco para voltar ao Santo André. Sem tempo – e nem recursos – para agir de forma rápida, o Paraná recorreu a Ageu Gonçalves.

O ex-zagueiro e hoje auxiliar técnico comandou o time frente ao Vasco (revés, por 2×1), em São Januário. Neste dia, a diretoria confirmou a contratação de Roberto Cavalo, que teria a missão de resgatar o clube de um caminho perigoso, que apontava para a Série C. Os detalhes da guinada Tricolor e o último capítulo da trajetória do time na Segundona deste ano, na edição de amanhã.