A Fifa suspendeu por sete anos o dirigente que examinou as candidaturas do Catar e da Rússia para sediar as Copas do Mundo de 2018 e de 2022, respectivamente. Agora punido, Harold Mayne-Nicholls, ex-presidente da Federação de Futebol do Chile, chegou a pensar na possibilidade de concorrer contra Joseph Blatter nas eleições presidenciais, mas acabou desistindo. Ele foi um crítico da candidatura do Catar e era tido por seus pares como uma pessoa que poderia ajudar a “limpar a Fifa”.
Desde 2014, o dirigente chileno passou a ser investigado pela Fifa. O motivo seriam e-mails que ele enviou à Academia Aspire, no Catar, pedindo estágios para seu filho, seu sobrinho e seu genro. A Aspire é um centro de formação de atletas e que foi usada, durante a candidatura do Catar para oferecer agrados a dirigentes da Fifa.
O chileno foi o autor do informe técnico sobre a campanha do Catar e sugeriu que realizzar a Copa no país do Golfo Pérsico seria “um risco”. Mas, ainda no ano passado, declarou à imprensa inglesa que seu informe não havia sido lido.
A decisão foi tomada pela Comissão de Ética da Fifa, presidido pelo juiz alemão Hans Joachim Eckert. O chileno fica “proibido de participar de todo tipo de atividade relacionada ao futebol em âmbitos nacionais e internacionais por sete anos”.
O dirigente teve a oportunidade de ser ouvido pelo Comitê de Ética da Fifa. Oficialmente, o motivo pelo qual foi processado e também pelo qual a pena foi imposta estão sendo mantidos em total sigilo.
Mayne-Nicholls, de 53 anos, negou qualquer irregularidade. Já a candidatura do Catar, que está sendo investigada pela Justiça da Suíça e dos Estados Unidos, não sofreu qualquer punição, nem mesmo depois de dezenas de evidências de compra de votos.