Insatisfeito, Fabrício já fala em ir embora

A debandada no CT do Caju continua e o próximo a sair deverá ser o meia Fabrício. Insatisfeito com a falta de oportunidades com o técnico Antônio Lopes, o jogador irá conversar com a diretoria do Atlético para saber se será aproveitado na seqüência do campeonato brasileiro ou deve procurar novos ares.

Clubes interessados não faltam e o Brasiliense já demonstrou vontade em ter o atleta de volta. Além dele, o zagueiro Baloy está sendo negociado com o Monterrey e o lateral-esquerdo Marín também é pretendido pelo futebol do exterior.

"Vamos ver, vamos conversar com o professor, com o presidente para ver como vai ser o meu aproveitamento aqui no clube. Lógico que eu quero ficar aqui, mas para ser aproveitado", declarou. Segundo ele, desde que o novo treinador foi contratado seu espaço diminuiu na equipe e isso pode ser um indício de que ele não teria mais chances. "Foi opção dele, mas vamos aguardar, vamos conversar para ver qual vai ser o meu destino", continuou.

A maior preocupação de Fabrício no momento é com o número de jogos pelo Furacão. Até agora, foram cinco jogos no Brasileirão. Isto quer dizer que ele pode atuar mais uma pelo clube da Baixada e ainda se transferir para uma outra equipe na primeira divisão. Depois disso, uma transferência só seria possível para a segunda divisão ou exterior.

A tendência é de que a partida contra o Figueirense seja a última dele na competição com a camisa rubro-negra. Depois disso, ele jogaria somente a Copa Libertadores e se despediria. A primeira proposta pública a aparecer foi a do Brasiliense. O clube de Taguatinga quer o meia de volta para repetir o mesmo sucesso do ano passado, quando o Jacaré foi campeão da Série B. Segundo o próprio jogador, outros times também estão interessados e essa situação deverá ser resolvida nos próximos dias.

Reforço

Enquanto isso, depois de várias negativas, a diretoria resolveu apresentar o zagueiro Juninho, que veio do Guarani, mais um da parceria entre os clubes. Vindos do Bugre, o meia Netinho e o atacante Jônatas já foram colocados em disponibilidade. Sobrou o meia Simão, que continua treinando com o grupo principal. O novato no rubro-negro chegou impressionado pela estrutura de seu novo clube. "É um novo desafio em um time acostumado a disputar título. Vim para ajudar a todos", apontou o zagueiro de 24 anos.

Rubro-Negro superstar quer fã-clube em vez de torcida

Em vez de batucada, aplausos; no lugar de camisetas com desenhos característicos, produtos licenciados do clube. Esta é a nova torcida idealizada pelo Atlético, que lança ainda este mês um projeto para incentivar a formação de fã-clubes oficiais. Inspirados nas comunidades de culto a ídolos pop, as novas torcidas vão competir diretamente com as organizadas, vistas como prejudiciais pela diretoria rubro-negra.

O projeto está praticamente finalizado, segundo o diretor de marketing do Atlético, Mauro Holzmann, e nos próximos dias será apresentado à imprensa. A agremiação não terá ligação formal com os fã-clubes, mas proporcionará aos membros algumas vantagens. ?Este quesito ainda está em estudo, mas podemos dar descontos nas compras de pacotes ou reservar lugares na Arena?, exemplificou o diretor.

A idéia é direcionar sócios e consumidores de produtos de torcidas organizadas a atividades que tragam dinheiro ao Atlético. ?As organizadas criam suas marcas e lançam material que compete com o oficial. Assim, corre-se o risco de elas ficarem maiores que o próprio clube, como acontece em São Paulo?, afirmou Holzmann, citando os exemplos da Gaviões da Fiel e da Mancha Verde, que têm mais sócios que Corinthians e Palmeiras. O diretor não prega o fim das organizadas, mas minimiza sua importância. ?Que vantagem eles trazem ao clube – os três gritos que dão no estádio? São torcedores da torcida, não do Atlético?, falou.

No fã-clube idealizado pelo Rubro-Negro, os seguidores se reúnem, trocam informações e produtos relacionados ao clube. ?É como o fã-clube de um cantor?, explica Holzmann. Organismos semelhantes já foram criados espontaneamente em cidades do interior como Cascavel, Guarapuava, São Mateus do Sul e em São José dos Pinhais.

O diretor de marketing disse já ter conversado com dirigentes de torcidas organizadas, que teriam entendido a proposta. Mas Juliano vice-presidente da Os Fanáticos, maior grupo organizado do Atlético, nega qualquer contato a respeito do tema. E avisa que o foco da entidade não irá mudar. ?Não queremos concorrer com o clube, apenas buscamos maneiras de sobreviver. Até porque não recebemos um centavo do Atlético. Jamais iremos mudar?, atesta.

Procon diz que torcedor tem direito a ressarcimento

O Atlético terá que jogar duas partidas com portões fechados, e quem pagou para assistir ao Furacão pode ficar a ver navios. Amparado por cláusula do contrato assinado com compradores dos pacotes para a temporada, o Rubro-Negro avisa que não vai ressarcir os torcedores pelas partidas contra Figueirense, sábado, e Fortaleza, dia 26, que serão disputadas no Couto Pereira vazio. O Procon-PR ficou sabendo e já disse que vai interferir.

O contrato prevê emissão de novo ingresso apenas em caso de transferência do local da partida com cobrança normal de entradas. A cláusula 9 diz que o clube ?não responderá pelo descumprimento de suas obrigações contratuais na hipótese de (…) suspensão ou adiamento de partida por determinação das entidades de administração do desporto, disputa de partidas oficiais com portões fechados por decisão da Justiça Desportiva, etc.?

Para o coordenador do Procon (Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor) do Paraná, Algaci Túlio, a cláusula é abusiva e fere o Código do Consumidor. ?O Atlético é um prestador de serviços e deve fazê-lo da forma que foi combinada. O torcedor não tem culpa se a CBF ou quem quer que seja puniu o clube?, diz o coordenador. Algaci adianta que o torcedor que se sentir prejudicado poderá entrar com ação no órgão e pedir o reembolso do valor equivalente aos dois jogos.

O item do contrato que tira a responsabilidade do clube não impede o ressarcimento, segundo Algaci. ?O consumidor é a parte mais frágil deste processo. Foi o Atlético que redigiu este contrato. Será que o torcedor leu??, questiona o coordenador.

O clube, porém, poderá alegar que o contrato não prevê o número exato de partidas disputadas na Arena durante a temporada. Quem comprou o pacote válido por dois anos na metade do ano passado, por exemplo, levou de ?brinde? as entradas para os jogos da Libertadores-05.

Governo pode intermediar acordo

Representantes de torcidas do Atlético foram recebidos ontem, pelo chefe da Casa Civil, deputado estadual Caíto Quintana. O grupo, chefiado pelo presidente da Confraria Esquadrão da Torcida Atleticana (ETA), Doático Santos, e pelo vereador Mário Celso Cunha, obteve do secretário a promessa de que o governo do Estado irá intermediar as negociações entre o clube e o Colégio Expoente na disputa judicial pelo terreno vizinho à Arena.

?Vou pedir ao governador Roberto Requião que autorize um convite para ouvirmos representantes das duas partes e vermos os meios para colaborar?, disse Caíto Quintana, ressaltando que o governo não quer tomar partido algum.

Amanhã, o ETA lança a campanha ?Xô Expoente?, cujo objetivo é pressionar o colégio a desocupar o espaço que impede a conclusão da Arena.

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