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Infantino diz que tensões políticas não devem impedir jogos da Copa fora do Catar

Tensões políticas não influenciarão a Fifa em sua futura decisão de marcar ou não alguns jogos da Copa do Mundo de 2022 fora do Catar, país-sede da competição. Quem garantiu isso nesta quinta-feira foi o próprio presidente da entidade, Gianni Infantino, durante entrevista coletiva em Doha, onde faz escala antes de seguir para os Emirados Árabes Unidos, palco do Mundial de Clubes iniciado na última quarta.

Na capital catariana, o dirigente aproveitou também para angariar apoio para emplacar a sua missão de ampliar de 32 para 48 o número de seleções do Mundial que ocorrerá daqui a quatro anos. E o mandatário máximo do futebol agiu com este objetivo em um momento no qual há um conflito diplomático do Catar com outros países vizinhos.

Em junho do ano passado, Bahrein, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Egito romperam relações com o Catar. E essa disputa política em curso impede, inclusive, voos entre Doha e países que participam deste boicote ao governo catariano.

Em uma polêmica eleição realizada em 2010, o Catar ganhou o direito de abrigar o Mundial de 2022, inicialmente programado para ocorrer com 32 seleções e construindo apenas oito estádios para a grande competição. Uma Copa com 48 times já está planejada para a edição de 2026, quando Estados Unidos, Canadá e México receberão o torneio de maneira conjunta. Infantino, porém, quer antecipar essa “popularização” já para este primeiro Mundial a ser realizado no Oriente Médio.

“É possível fazer isso (com jogos) apenas no Catar? Provavelmente, isso é difícil”, afirmou Infantino, para depois fazer um questionamento e em seguida já respondê-lo. “É possível ter alguns jogos sendo jogados em países vizinhos? Bem, talvez esta seja uma opção, é claro”, reforçou.

O presidente da Fifa tem consciência que expandir a realização da Copa de 2022 com o ingresso de mais 16 seleções e a inserção de novos países como sedes não serão missões fáceis, mas acredita que a sua entidade poderá superar questões diplomáticas, que, para ele, deveriam ser deixadas de lado por um curto período de tempo em prol do principal torneio de futebol do mundo.

“Eu não sou tão ingênuo para não saber ler as notícias e não saber o que está acontecendo. Mas agora estamos no futebol, não estamos na política. E no futebol,

às vezes, os sonhos se tornam realidade”, destacou Infantino, que, em outubro passado, aproveitou uma viagem para Doha para questionar o emir do Catar se ele consideraria permitir que alguns jogos da Copa fossem transferidos para países vizinhos que fazem parte deste boicote econômico e de viagens ao seu país.

“Se há algo que eu possa fazer que seja bom para o futebol em todo mundo, então nós deveríamos olhar para isso”, afirmou o dirigente. “Eu tenho a chance e sou sortudo o suficiente de poder olhar para isso sem ter que ser obrigado por quaisquer considerações políticas, mas olhando para isso de uma perspectiva puramente esportiva”, completou.

O próximo Mundial está marcado para acontecer entre os dias 21 de novembro e 18 de dezembro de 2022. Ou seja, a Fifa ainda tem mais de quatro anos para driblar estes entraves diplomáticos e realizar uma Copa da forma como deseja.

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