O presidente da Fifa, Gianni Infantino, admitiu a necessidade de melhorar as condições dos trabalhadores encarregados de construírem os estádios no Catar para jogos na Copa do Mundo de 2022. O dirigente falou sobre isso em uma entrevista coletiva, quando questionado sobre trabalhadores migrantes que enfrentam abusos, que, em algum casos, incluem até mesmo o trabalho forçado, como denunciado pela Anistia Internacional.
“A Fifa tem que organizar o futebol, não tem que salvar o mundo, isto são os outros que têm de fazê-lo. A Fifa pode contribuir e o fato de organizar uma Copa do Mundo em países onde, supostamente, há problemas, temas e assuntos que precisam ser olhados com mais cuidado também dão a estes países a possibilidade de progresso”, disse.
Antes da entrevista, Infantino se reuniu com o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, que também contou com a presença dos comandantes da Conmebol, Alejandro Dominguez, e da federação local, Ramon Jesurun.
“Eu não sei se você já foi ao Catar, foi ver as condições?”, questionou Infatino ao jornalista que comentou a denúncia da Anistia Internacional. “Há muitas pessoas que falam demais, há muitas situações que têm de ser melhoradas, isto é muito claro, mas é também um processo e, claro, a Fifa está lá, fala com as autoridades do Catar, claro que olha para esta situação e pensa que todos nós devemos melhorar a situação. Você não pode fazer de um dia para o outro. Isto também é claro, acredito que progresso já foi feito”, acrescentou o presidente da Fifa.
Antes de seguir para a Colômbia, no último giro da sua viagem pela América do Sul, Infantino também passou por Bolívia, Paraguai e Uruguai. O presidente da Fifa, porém, evitou comentar se conversou com os dirigentes sobre os problemas de corrupção envolvendo membros da Conmebol e das federações nacionais.
“Na América do Sul, possuem a sorte de ter presidentes futebolistas porque são torcedores e investem no futebol. Falamos com o presidente para nos juntarmos e vermos como podemos colaborar. A autonomia das federações é sagrada, mas devemos trabalhar com o Estado para o desenvolvimento do futebol e, nesse sentido, o presidente da Colômbia está procurando especificamente o que podemos fazer sobre educação, respeito e violência no futebol. Vamos trabalhar juntos”, afirmou.