A reação da imprensa nacional à goleada que o Paraná Clube impôs ao Fluminense foi tema da conversa entre comissão técnica e jogadores. Luiz Carlos Barbieri usa cada frase, cada comentário, para aumentar a coesão do grupo e seguir em frente em busca de uma melhor colocação no Brasileiro. ?Gostei do que ouvi. Não fomos nós que vencemos, foi o Fluminense quem perdeu?, disparou o treinador paranista. O menosprezo – ao invés de mágoas – tem provocado outras reações. ?Isso é bom. Que continuem não olhando para a gente?, afirmou.
Sem a ?badalação? que Barbieri previa, ele não precisou fazer maiores ressalvas sobre a manutenção da postura que norteou a campanha do Tricolor até aqui. ?É normal a gente alertar para que todos continuem com os pés no chão. Mas, nem precisei falar muita coisa, já que para os analistas de outros estados, a goleada só ocorreu por deficiência do adversário?, analisou. O técnico, por sua vez, considerou irrepreensível a atuação do seu time e quer mais nas próximas partidas. ?O time buscou o gol os noventa minutos. É postura de quem quer chegar?, lembrou.
Luiz Carlos Barbieri, quando indagado sobre até onde o Paraná pode chegar, prefere desconversar. A meta, agora, é a Libertadores. Pelo menos os números indicam isso. Já o técnico prefere trabalhar jogo a jogo. ?Estamos no caminho certo. Mas, não gosto de ficar fazendo projeções?. Sob essa diretriz, a ?bola da vez? é o Figueirense.
Foi com essa estratégia que o técnico conduziu o time nesta reação no segundo turno do Brasileiro. Após uma queda abrupta – quando sofreu quatro derrotas consecutivas (uma delas ainda sob o comando de Lori Sandri) – Barbieri não processou grandes mudanças na equipe. Fez ajustes a partir da chegada de reforços e já completou uma invencibilidade de cinco jogos, com quatro vitórias e um empate. ?A fase é ótima. O desafio, agora, é manter o ritmo?, reconhece Barbieri.
Para o treinador, a seqüência de vitórias é reflexo da qualidade do elenco tricolor. Com seguidas ausências – a maioria por suspensões -, o rendimento da equipe não sofreu queda, apesar das alterações processadas. ?Temos mais onze decisões pela frente. Podemos até perder jogos, mas luta não vai faltar. Esse time tem perfil vencedor?, finalizou Barbieri.
Sem reposição, improviso na lateral
O Paraná poderá sofrer uma grande mudança na lateral-esquerda. Edinho, lesionado, está fora do jogo de sábado. Como Vicente – o eventual substituto – também está no departamento médico, Barbieri já admite recorrer a uma improvisação. O técnico vai esperar uma posição definitiva dos médicos até amanhã, mas já começa a quebrar a cabeça na busca da melhor opção. ?Nesse momento, o melhor é mexer o mínimo possível?, comentou.
A troca na lateral-esquerda foi a mudança mais significativa processada por Barbieri após a seqüência de maus resultados. Vicente fez um primeiro turno muito equilibrado e foi peça-chave na campanha que levou o Tricolor ao 3.º lugar do Brasileiro. Mas, o treinador detectou uma queda de rendimento e com a entrada de Edinho o time voltou a crescer. Edinho foi um dos melhores jogadores em campo na goleada sobre o Fluminense, mas ?acusou? uma lesão muscular no final da partida.
Como as três mudanças já haviam sido processadas, Edinho resistiu até o final. Um exame, segunda-feira, detectou um edema na coxa esquerda do atleta. Os médicos me passaram que ele está fora. Então, é esperar pelo Vicente?, disse Barbieri. O técnico, porém, já estuda outras opções. Pode improvisar Parral na posição. Só que ala-direito por origem, o jogador tem contra si o fato de que precisaria ajeitar a bola para a ?perna boa? no momento de efetuar cruzamentos. ?Mas, já joguei na esquer da por outras equipes e não tem problema, não?, disse Parral.
A outra alternativa seria o deslocamento de Aderaldo para a posição, com a entrada de Neguete na zaga. Neste caso, o time perderia um pouco da ofensividade por este lado do campo, que deferia ser suprida pelos meias e atacantes. ?Vou esperar e, então decidir qual a melhor alternativa para este jogo?, disse Barbieri.
O técnico já antecipou, no entanto, que Flávio e Aderaldo retornam após cumprirem suspensão. No meio-de-campo, com a ausência de Mário César (3º amarelo), Beto volta à condição de titular.