O Império do Futebol não tem sede, era uma incógnita até a partida contra o Atlético e pouca gente sabe qual é a cor da camisa, mas o time de Aurélio Almeida estreou no Campeonato Paranaense sonhando alto. Não, eles não querem conquistar o título, mas querem permanecer na primeira divisão e fincar o pé em Curitiba, como sendo a quarta força da cidade. No entanto, por enquanto, o time vive com as dificuldades inerentes a um time pequeno e tentam superar os obstáculos com muito trabalho.
"O nosso presidente está conversando ainda com um pessoal de Toledo e outras regiões, mas eu garanto que de 70 a 80% dos jogos do Império serão no Érton Coelho Queiroz e esperamos que a gente consiga permanecer em Curitiba", revela Valdir Peres, ex-goleiro da seleção brasileira e atual diretor técnico do clube. Assim, ele prevê que estando na capital, o Império poderá crescer mais rapidamente. "Aqui é um centro esportivo, onde toda a imprensa está e pode acompanhar o novo trabalho, que está sendo feito. Quem sabe o Império não possa buscar ser a quarta equipe aqui de Curitiba", aponta o dirigente.
Mesmo projetando um futuro promissor, o clube ainda enfrenta a falta de estrutura. Sem uma sede permanente, o clube mantém os jogadores alojados no Estádio Pinheirão e os treinamentos no Centro de Treinamento Ricardo Teixeira, ambos pertencentes à Federação Paranaense de Futebol. "Há dois meses nós estamos treinando ao lado do Pinheirão, nos campos, usando também a pista e a academia do estádio", destaca.
Outro problema foi a debandada de alguns jogadores poucos dias antes do início do Estadual. "Nós começamos a fazer o trabalho no final de novembro e, em termos de acerto financeiro, alguns jogadores acabaram não acertando. Nós já tínhamos uma equipe definida. A equipe de agora foi montada com quatro, cinco jogadores, que estavam treinando, mas não tinham oportunidade na equipe titular", pondera. Na escalação da partida contra o Rubro-Negro, o que se viu foi um festival de nomes conhecidos, mas de futebol pouco vistoso. Entraram em campo Tafarel, Viola, Oséia, Elvis, Rincón, Diego, Ronaldo e Kaká.
Este último, por sinal, passou pelo vexame de ficar indo e vindo até o representante, enquanto Valdir Peres e o técnico Celso Tadeu decidiam se ele deveria ou não entrar em campo. Tudo porque o ex-goleiro acaba fazendo o papel de treinador, apesar de ficar na arquibancada e Celso Tadeu na beira do gramado. De qualquer forma, com as confusões dentro e fora de campo, o Império quer um lugar ao sol ainda neste Paranaense. "Primeiro, nós temos que ser o sétimo. A partir daí, nós buscamos uma classificação entre os quatro. Depois, vamos ver onde podemos chegar", finaliza.