A Federação Paranaense de Futebol (FPF) enfrentará novos problemas no tapetão e que podem comprometer o início da 1.ª fase do Campeonato Estadual de 2007, programado para começar no próximo dia 30 de setembro. A competição terá 12 clubes, incluindo o trio-de-ferro da capital. Confira a 1.ª rodada no quadro abaixo.
O Engenheiro Beltrão entrou no final da tarde de ontem, junto ao Tribunal de Justiça Desportiva (TJD), com uma ação declaratória, com tutela antecipada, pedindo a nulidade da Divisão de Acesso realizada neste ano. Outra medida solicitada pelo clube reclamante é a não homologação de campeão e vice, do Iguaçu, de União da Vitória, e a Portuguesa Londrinense, de Londrina, respectivamente.
Os pedidos se baseiam no fato de que o Iguaçu, além de ter atuado com um jogador irregular – o atacante Gilson -, não teria o Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica – CNPJ – devidamente registrado junto ao Ministério da Fazenda e Receita Federal.
Procurada ontem pela reportagem da Tribuna, a FPF não forneceu o registro do Iguaçu. O responsável pelo setor, Laércio Polanski, superintendente da entidade, ?estava fora da federação, e só poderia dar um retorno sobre o assunto amanhã (hoje)?, disse uma funcionária da administração.
Porém no início da tarde um órgão de imprensa de Cascavel pediu informações sobre o registro do Iguaçu. O CNPJ citado pela FPF, número 75.967.836/001-69 indica o nome da Sociedade Recreativa Beneficiente Iguaçu (SRBI), com endereço na Rua Ranulfo Silva Lell, 147, bairro São Cristóvão, em União da Vitória (PR). O registro da SRBI junto à Receita é de 15 de julho de 1975, e não teria nenhum vínculo com atividades ligadas ao futebol. Consultada pelo mesmo órgão de imprensa, a Sociedade Iguaçu disse que nunca se envolveu com o futebol.
Na federação consta o registro da Associação Atlética Iguaçu (AAI), que tem endereço na Av. Coronel Amazonas, 269, em União da Vitória. Foi também a AAI, fundada em 15 de agosto de 1971, a equipe que participou do arbitral da FPF, e que constou na tabela de jogos da entidade. O presidente do Iguaçu Odenir Borges também foi procurado pela reportagem, mas não foi localizado.
Segundo os representantes do Engenheiro Beltrão, o caso será julgado pelo TJD-PR nos próximos 10 dias. A diretoria da equipe de Engenheiro Beltrão diz ter um outro número do CNPJ, que difere do divulgado e pede que a FPF apresente os contratos dos jogadores do Iguaçu que atuaram na Divisão de Acesso. Nesses contratos devem constar o número do CNPJ do clube de União da Vitória.
Comprovada a irregularidade na utilização do atacante Gilson, o Iguaçu perderia seis pontos, caindo para a 3.ª colocação.
A Portuguesa Londrinense seria declarada campeã, e o Cascavel ficaria com a 2.ª vaga, subindo para a Série Ouro do Paranaense.
Ainda segundo o Engenheiro Beltrão, a FPF corre o risco de ser punida pelo Código Penal por aceitar a falsificação de documentos, conforme prevê o artigo 234, do CBJD: ?Falsificar no todo, ou em parte, documento público ou particular, omitir declaração que nele deveria constar, inserir, ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que deveria ser escrita, para o fim de usá-lo perante a Justiça Desportiva ou entidade esportiva?. Pena: suspensão de 180 a 720 dias, e eliminação em caso de reincidência.