Correr ao lado de Claudinei Quirino André Domingos e Édson Luciano, estrelas da seleção brasileira do revezamento 4x100m, não intimida Fábio “Pitbull” Gonçalves da Silva. O quarteto, representando a equipe da Unoeste/Br Telecom, venceu ontem a prova do Troféu Brasil e bateu o recorde da competição com o tempo de 38s77, na frente da equipe Arpoador (40s00), e Guarulhos (40s72). A competição termina amanhã no estádio Ícaro de Castro Melo, no Ibirapuera, com a participação de mais de 7000 atletas de 88 clubes.

“Me chamam de Pitbull porque nunca caí em treino, nem passo mal, nem vomito”, justifica. Mas a fama de durão de Fábio, que ontem abriu o revezamento, vai muito além das pistas: “Já passei muita dificuldade na vida. Já levei tiro de raspão quando estava andando com uns moleques na rua, já passei fome e até acabei assaltando quando fui na onda de uns meninos. Antes de vir para São Paulo, com 17 anos, estava andando por um caminho não muito certo. Quando me encontrei no atletismo passei a ser feliz. Sou casado há quatro anos e tenho uma filha de três”, conta.

Para Fábio, correr ao lado dos melhores atletas do país, que conquistaram a prata nos Jogos Olímpicos de Sydney/2000, não é uma pressão: “Quando comecei a correr em Presidente Prudente com eles, em 2001, eu já tinha na cabeça que podia ser melhor do que todos. Ninguém é absoluto na equipe, por isso que eu vou conseguir vaga para o Pan de São Domingos sábado, ou domingo.” O índice dos 100m é de 10s21, e a melhor marca do atleta é 10s31.

“Vocês vão ver e podem me cobrar. Eu vou ao Pan, Mundial e Jogos Olímpicos de Atenas/2004. Sei que Deus guardou alguma coisa para mim lá na frente. Eu nem ia correr o revezamento, só os 100m, mas o Vicente (Lenílson) sentiu uma dor nas costas e eu fui escalado pelo Jaime (Neto Júnior, técnico do grupo). Nasci para ser luz onde há trevas.”

A competição segue hoje, a partir das 9h, com entrada gratuita no Estádio Ícaro de Castro Melo, no Ibirapuera.

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