Membro do Conselho da Associação Internacional das Federações de Atletismo (IAAF, na sigla em inglês), o queniano David Okeyo foi banido por toda a vida do esporte, nesta quinta-feira, por participação no desvio de centenas de milhares de dólares de recursos de patrocínio da Nike para uso pessoal e por outros dirigentes.
Okeyo, que também atuou como secretário-geral e vice-presidente da Confederação Queniana de Atletismo, foi considerado culpado de retirar o dinheiro dado à federação pela Nike a partir de 2004. Ele foi suspenso em 2015, sendo que a resolução do caso se deu após a realização de audiências em Nairóbi, no Quênia, em janeiro e fevereiro. A decisão do conselho de ética da IAAF também formalizou a expulsão de Okeyo do Conselho da IAAF.
O queniano foi considerado culpado de violar o código de ética da IAAF em dez ocasiões e “por um longo período de tempo”. A comissão de ética da associação disse que as evidências indicaram que 16 pagamentos totalizando pouco mais de US$ 1,2 milhão (aproximadamente R$ 4,9 milhões) entre 2004 e 2012 foram feitas a partir de contas da federação para uma outra conta, que Okeyo e dois outros dirigentes da entidade queniana tinham acesso para realização de saques.
Ele não foi considerado culpado de desviar todo esse dinheiro, com os investigadores sendo incapazes de obter provas convincentes de irregularidades em alguns casos. Mas grandes somas do dinheiro foram desviadas para uso pessoal.
Os outros dois dirigentes, que também foram acusados pela IAAF, são Isaiah Kiplagat, ex-presidente da entidade queniana e ex-membro do Conselho da IAAF, falecido em 2016, e Joseph Kinyua, ex-tesoureiro da federação nacional. Kinyua, porém, não estava vinculado ao código de ética da IAAF e escapou de uma punição.
Além do banimento, Okeyo foi multado em US$ 50 mil (R$ 206 mil), sendo que o valor será repassado para a federação queniana. E ele ainda terá pagar US$ 100 mil (R$ 412 mil) à IAAF pelos custos do processo.
“O efeito de sua conduta foi privar a Confederação Queniana de Atletismo da renda de seu patrocinador que poderia ter sido melhor direcionada para apoiar o desenvolvimento do atletismo no Quênia”, disse o comitê de ética da IAAF. “Na visão do painel, o padrão de conduta merece séria sanção para estabelecer o firme princípio de que os funcionários das federações devem agir com escrúpulos e gerir as finanças de suas federações, a fim de proteger o nome e a reputação do atletismo.”