O presidente do Londrina é Osvaldo Sestário Filho. Na prática, entretanto, mandam os empresários Iran Campos e Júlio Lemos. São eles que assinam o cheque, contratam e mandam embora. Até a manhã da próxima segunda-feira, será assim. No dia seguinte, 30 de setembro, não: os “homens-caixa” vão anunciar a saída do Tubarão.

Segundo o diretor de marketing do Londrina, Milton Cassitas, a dupla Iran-Júlio não acredita que o Tubarão, pelo menos, empate suas receitas nos próximos anos. “A cada jogo, tem um oficial de Justiça de olho na bilheteria, cobrando dívidas de administrações passadas”, lamenta.

“O Londrina precisa de R$ 200 mil mensais para se bancar”, afirmou Iran Campos, no início do brasileiro da Série B, em abril. Ele não admite, mas sabe-se que o empresário, dono da PVC Brazil, coloca R$ 70 mil por mês no time, sob forma de patrocínio. Outro contrato de propaganda, o da Sercomtel, encerra-se na próxima terça-feira. Valeu R$ 70 mil por cada um dos três meses de duração.

Como se vê, só os patrocinadores não cobrem o orçamento. O dinheiro da tevê na Série B (cerca de R$ 300 mil por todo o torneio) ajudou, mas também não cobriu o rombo.

Quando decidiram compor o conselho gestor do Londrina, no ano passado, Campos e Lemos tinham como projeto a classificação para a Série A do brasileiro de 2004. Na crença dos dois, ela atrairia novos investidores. A derrota para o Marília, por 3 x 2, quinta-feira, passada enterrou o plano.

Com o afastamento da “tropa do cheque”, abre-se espaço para que o ex-diretor Peter Silva volte ao Londrina. Atual presidente da FBA (Futebol Brasil Associados), ele precisa estar ligado a um clube para permanecer na entidade, que abriga 20 das 24 equipes da Série B.

A organização da Série B deu prestígio à Peter Silva, entre cartolas de todo o país – e, principalmente, na CBF. Resta saber se ele pretende usá-lo no Londrina. Eleições, só em dezembro.

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