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Moacir Peralta garante que, se for eleito, traz a Copa do Mundo pra Curitiba. Caso contrário, de jeito nenhum.

Na véspera do prazo final para inscrição das chapas, a eleição da Federação Paranaense de Futebol (FPF) ganhou mais um candidato. Moacir Peralta, ex-diretor da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), lançou ontem à tarde sua candidatura e promete esquentar ainda mais a disputa.

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Peralta é o quarto nome que se apresenta com a intenção de concorrer à presidência da FPF. Também estão no páreo o atual presidente, Hélio Cury; o secretário-chefe da Casa Civil do governo do Estado, Rafael Iatauro, e o ex-prefeito de Bocaiúva do Sul Élcio Berti.

Um bom relacionamento com a cúpula do futebol brasileiro e mundial é o grande trunfo de Peralta para ganhar os votos dos clubes profissionais e times e ligas amadores. Ele faz questão de ressaltar que é amigo pessoal dos presidentes da CBF, Ricardo Teixeira, e da Fifa, Joseph Blatter.

Ex-diretor financeiro e de relações internacionais da CBF, durante o mandato de Octavio Pinto Guimarães (1986-1989) e o início da gestão de Teixeira, Peralta é natural de Cambé, mas começou sua carreira de desportista longe do Paraná. Formado em direito pelo Centro de Estudos de Brasília, em 1975, foi diretor de relações públicas e membro da comissão de arbitragem da Federação Goiana de Futebol.

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Mesmo assim, garante que esteve sempre em contato com o futebol paranaense. ?Em 1990, quando o Brasil também era candidato a receber a Copa do Mundo, eu trouxe a comissão de vistorias da Fifa para avaliar o Pinheirão. Este ano isso não aconteceu e foi um dos motivos pelos quais eu decidi concorrer à FPF. Temos que assegurar nossos direitos?, afirma.

A vinda da Copa do Mundo de 2014 para Curitiba é uma das principais plataformas de Peralta. ?Se eu for eleito, com certeza a Copa virá para cá. Se não for, não há possibilidade nenhuma?, aposta. Certeza de quem diz ter uma relação de intimidade com Ricardo Teixeira. ?Quando eu vou à CBF, não preciso marcar horário e nem ser anunciado. Entro direto?, garante.

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Peralta prefere, porém, se afastar do rótulo de candidato oficial da confederação. ?O Ricardo normalmente não se envolve em assuntos das filiadas. Por isso não pedi a ele que me apoiasse abertamente. Mas tenho certeza que ele ficará muito feliz se eu for escolhido?, ressalta.

Além da garantir a vinda da Copa do Mundo, o candidato apresentou outros planos para a FPF. Entre eles, a venda do Pinheirão, com a qual espera quitar todas as dívidas da entidade, que giram em torno de R$ 50 milhões. ?Só vamos negociar com base em valores que possam cobrir esses débitos. O que sobrar vamos repartir entre todos os filiados, pois é um patrimônio que pertence a eles?, promete.

Outras propostas de Peralta são a criação de um campeonato brasileiro de futebol amador e a reforma do estatuto da FPF. ?Queremos acabar com a reeleição. Eu me comprometo, se for eleito, a cumprir apenas um mandato de quatro anos?, conclui.

Peralta pede apoio de Moura

Para concorrer à FPF, Moacir Peralta tentou contar com um importante e polêmico aliado: o ex-presidente Onaireves Moura. Ao contrário do que diz o candidato, os dois estiveram reunidos durante quase duas horas na chácara de Moura, que preferiu não se comprometer com nenhuma candidatura.

Na coletiva em que lançou sua candidatura, Peralta confirmou que procurou o ex-presidente, mas negou o encontro. ?Quem não quer o apoio do Moura? Para mim, seria um privilégio. Tentei um contato, como os outros candidatos fizeram, mas ele está isolado, cuidando de problemas de saúde?, afirmou.

Pessoas próximas a Moura garantem, porém, que Peralta esteve na chácara do ex-presidente na noite do último domingo. Ele estava acompanhado do ex-diretor da Comissão de Arbitragem da FPF, José Carlos Marcondes, que está na chapa de Peralta.

Moura teria preferido não oficializar seu apoio. Com a saúde debilitada após quase cinco meses preso, ele foi orientado a se preservar e não se envolver diretamente na eleição.

Apesar de reconhecer a necessidade de uma renovação completa na FPF, Peralta elogiou ontem a gestão de Moura. ?Nada desmerece o trabalho que ele teve durante 22 anos. A FPF é a única federação que tem um patrimônio como o Pinheirão. Em sua administração, o futebol paranaense conseguiu dois títulos brasileiros. Seria muita ingratidão não dar a ele esse reconhecimento?, avaliou.

Moura presidiu a FPF entre 1985 e maio de 2007, quando pediu afastamento. Pouco depois, foi condenado pela Justiça Desportiva a seis anos de suspensão, por sonegação fiscal, desvio de verbas e corrupção. Problemas que o levaram à cadeia em novembro do ano passado. Foi solto no último dia 28 de março, após a Justiça acatar um pedido de relaxamento de sua prisão.