As rodadas finais da fase de grupos da Copa do Mundo geralmente têm jogos mornos e equipes mistas, só que o encontro desta segunda-feira entre Holanda e Chile, no Itaquerão, pelo Grupo B, às 13 horas, foge totalmente à regra. Em jogo estará o título simbólico de campeão da chave e o prêmio de escapar de um possível confronto contra o Brasil nas oitavas de final.

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Para escalar as equipes, os técnicos viveram um dilema. Tiveram de conciliar a preocupação em ter a força máxima para o jogo importante com o risco de perder para o mata-mata jogadores desgastados ou pendurados com o cartão amarelo. Por isso, a Holanda deve deixar de fora o volante De Guzman com medo de que o jogador seja advertido novamente. No Chile, a possível ausência é do volante Vidal, que ainda não está em plena forma depois de ter se submetido a uma artroscopia no joelho direito.

Porém, a principal ausência do jogo não foi por opção. O holandês Van Persie, um dos artilheiros da Copa com três gols, está suspenso. “Não será fácil sem ele. É o nosso capitão, goleador e o substituto pode até jogar bem, mas não terá o mesmo estilo”, comentou o técnico Louis van Gaal. Apesar do desfalque, a Holanda tem a vantagem de empatar para manter a liderança. A goleada por 5 a 1 na Espanha, na estreia, garantiu a vantagem no saldo de gols (5 a 4).

Neste domingo, os treinadores tentaram não admitir que a motivação principal do jogo seja evitar o Brasil. “Queremos ser os primeiros colocados do grupo para, em teoria, ter um caminho mais favorável. Isso não tem a ver com o Brasil, mas com tudo o que pode acontecer daqui para frente”, disse o holandês. “Não nos cabe escolher nada. Seguimos o que foi traçado, tentamos fazer da melhor maneira e que dê certo”, comentou o técnico do Chile, Jorge Sampaoli.

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As equipes cuidaram dos mínimos detalhes na véspera para esconder a escalação e como vão jogar. Pelo protocolo da Fifa, cada seleção concede uma entrevista coletiva com a presença do técnico e de um jogador. Holanda e Chile designaram atletas que não devem entrar em campo. “A Fifa, no alto da sua sabedoria, decidiu marcar esta entrevista. Mas os jogadores têm de se concentrar no treino e, por isso, Indi veio falar com a imprensa, para ajudar o grupo”, disse. O zagueiro bateu a cabeça no gramado contra a Austrália e não tem previsão de volta.

No Chile, o único jogador a falar com os jornalistas foi o volante Arturo Vidal, que na última resposta deixou escapar o quanto o jogo é importante. “Será uma final contra a Holanda Nós dois queremos ser o primeiro e quem tiver de jogar com o Brasil terá dificuldade maior. Eles são candidatos ao título e jogam em casa”, disse.

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ESCALAÇÕES – A Holanda pode não ter confirmado o time, mas deu pistas das escalações durante o treino de reconhecimento. Apenas dez jogadores usavam coletes cor de laranja durante a atividade e devem ser os prováveis titulares. O veterano Kuyt, de 33 anos, entra na vaga de Van Persie e Wijnaldum substitui o poupado De Guzman. Van Gaal promete manter a postura ofensiva e escalou – outra novidade – o atacante Lens, que pode atuar como o homem de área do time.

No Chile, que treinou no CT do Palmeiras, Valdívia tem tudo para iniciar o jogo – disputa vaga com Gutiérrez – e a postura será de buscar o gol desde o apito inicial. Sampaoli não mudará a postura apresentada diante de australianos e espanhóis e, apesar de ressaltar a força holandesa, promete não decepcionar quem for ao jogo.

Como todos estão à disposição, apenas o fato de o gramado estar ruim pode ser usado para preservar um ou outro. Sampaoli foi duro com o Itaquerão. “Normalmente, não treinamos nos estádios para preservar o gramado. E aqui está bastante desgastado. Não deveria ser permitido tocá-lo um dia antes, senão estará sem condições de hospedar uma partida dessa importância”, disse.