Com a disputa pelo terceiro lugar neste sábado, contra o Brasil, em Brasília, desvalorizada pelo próprio treinador, a Holanda já pensa no futuro. A Copa no Brasil pode ser a última de Van Persie, Sneidjer e Robben, todos com mais de 30 anos e considerados os pilares da equipe. O trio e o volante De Jong, que tem 29 anos, continuam na seleção até a Eurocopa de 2016, mas não devem disputar o Mundial de 2018, na Rússia.
O técnico Louis van Gaal trouxe para o Brasil um elenco bastante renovado. Dos 23 convocados, 16 disputam o Mundial pela primeira vez. Em relação aos 11 titulares que participaram da final de 2010 contra a Espanha, na África do Sul, por exemplo, restaram apenas cinco jogadores: Sneijder, Robben, Van Persie, De Jong e Kuyt. Ficaram de fora Stekelenburg, Van de Wiel, Heitinga, Mathijsen, Van Brockhorst e Van Bommel. Esses jogadores veteranos foram substituídos por nomes até então desconhecidos pelo público em geral com Cillessen, Daley Blind, Memphis Depay, De Vrij, Leroy Fer, Janmaat, Kongolo, Martins Indi e Wijnaldum.
O desafio dos holandeses agora é encontrar nessa geração promissora alguém que possa se transformar em referência da equipe, como foram Van Persie, Sneidjer e Robben nos últimos anos. A Holanda conta agora com bons defensores, mas faltam novos talentos no ataque. Grande parte dos jogadores da nova safra atua em clubes do país, sem grande projeção internacional. É o caso do versátil Daley Blind, que mostrou nessa Copa que pode atuar em alto nível, tanto como lateral-esquerdo como volante, mas sem ser brilhante ou decisivo.
Nesta Copa do Mundo, dos 12 gols marcados pela equipe, sete foram feitos por Van Persie (3), Robben (3) e Sneidjer (1). Nos últimos dois jogos, quando o trio acusou sinais de cansaço, não apareceu nenhum outro jogador para decidir. O time não apresentou variação de jogadas no ataque e ficou 240 minutos sem balançar as redes – 180 no tempo normal e mais 60 de duas prorrogações.
NOVOS TEMPOS – A renovação na seleção holandesa também passa pela comissão técnica. Louis van Gaal, que já está de contrato assinado com o Manchester United, se despede da equipe e levará para a Inglaterra o preparador de goleiros Frans Hoek, que teve papel decisivo nas quartas de final, contra a Costa Rica, quando foi o mentor da substituição de Krul no lugar de Cillessen no último minuto da prorrogação – o reserva defendeu dois pênaltis.
Van Gaal será substituído por Guus Hiddink. O novo treinador, porém, não vai ficar muito tempo. Depois da Eurocopa de 2016, quem vai assumir a seleção é o ex-zagueiro Danny Blind, hoje assistente técnico de Van Gaal. “O time que esta comissão técnica vai entregar depois da Copa é um presente. Os jogadores voltarão muito melhores, e isso irá me dar uma enorme vantagem quando eu assumir a seleção”, disse Hiddink em entrevista ao jornal Algemeen Dagblad.