Rio – Apontar um favorito para a conquista do título da Superliga Feminina de Vôlei é mero exercício de adivinhação.
Finasa/Osasco (SP) e Rexona-Ades (RJ) fazem hoje às 9h30 a última partida da série melhor de cinco com equilíbrio de forças e muitas coincidências. Nos quatro duelos anteriores, cada equipe venceu duas vezes, ganhou oito sets e fez os mesmos 366 pontos. Aliás, esta é a terceira decisão consecutiva entre os dois clubes, que lutam pelo tetracampeonato da competição e formam a base da seleção brasileira.
A torcida também já fez sua parte: todos os ingressos postos à venda se esgotaram rapidamente na manhã de ontem. Logo, a conclusão é simples: promessa de grande jogo no Ginásio Caio Martins, em Niterói.
?Torço pelo Rexona, mas não sou fanático. Espero ver um grande duelo, e que vença o melhor. São duas equipes de muita qualidade?, disse o estudante Anderson Pereira Ribeiro, de 14 anos. Ele enfrentou pelo menos 30 minutos de fila no entorno das bilheterias do ginásio, debaixo de sol forte, para garantir sua entrada.
Dono de um currículo invejável, o técnico Bernardinho, do Rexona sabe muito bem como se começa a ganhar uma decisão. Na sexta, depois do treino de sua equipe, ele tratou de passar a responsabilidade para o outro lado: disse que o Osasco é o favorito para levantar o troféu.
?Eles partem com vantagem porque se reforçaram em relação ao ano passado. É uma equipe com mais experiência e isso numa final conta. Estamos com duas levantadoras inexperientes. Mas clássico não tem muito prognóstico. Pode dar qualquer coisa?, declarou o treinador, convicto de que o jogo será duríssimo. ?Sabemos as dificuldades que vamos enfrentar, mas espero que a gente faça uma boa exibição. Preciso que as minhas atletas estejam num dia melhor, mais consistentes e regulares.?
As palavras de Bernardinho foram interpretadas com desconfiança pela comissão técnica e pelo elenco do Osasco. A ordem é respeitar a declaração do treinador do Rexona, porém sem levá-la tão a sério. ?Isso é coisa do Bernardinho. O equilíbrio é a tônica dessa decisão. Não há favorito?, afirmou o técnico do time paulista, Luizomar de Moura.
Em sua décima final consecutiva de Superliga, a sexta pelo Osasco, a atacante Valeskinha rebateu a superioridade atribuída ao seu time na grande decisão. ?Eu jogo o favoritismo para o lado deles. O que o Bernardinho não ganhou? Além disso, o Rexona tem a melhor campanha, logo entra com vantagem?, disse.