Hoje é mais um dia na caminhada de Curitiba rumo a Copa do Mundo de 2014. Cidade-sede escolhida desde o ano passado, a capital do Paraná será reavaliada pelos comissários da Fifa, que desde quarta-feira estão no Brasil.
Desta vez, no entanto, o contexto da vinda é diferente, pois tanto o País está pressionado pela entidade para acelerar as obras nos estádios, quanto o Estado está envolvido em uma disputa de interesses.
Esta série de vistorias iniciada em São Paulo, liderada pelo espanhol Carlos de la Corte, trata apenas dos campos de jogo – sem olhar para a infraestrutura das cidades. Por mais que as obras estruturais também estejam atrasadas, a Fifa passou do limite da preocupação e se irritou com a letargia dos brasileiros.
Na segunda-feira passada, o secretário-geral da entidade, Jerome Valcke, detonou o Comitê Organizador Local (COL), liderado pelo presidente da CBF, Ricardo Teixeira.
“A luz vermelha já se acendeu para o Brasil, que não cumpre prazos. Recebi alguns relatórios sobre estádios e não está nada bom. É incrível como o Brasil está atrasado. E não estou falando apenas de Morumbi ou Maracanã, mas de todos os estádios. Muitos dos prazos já expiraram e nada aconteceu”.
A Fifa não quer que se repita a correria que está acontecendo na África do Sul, e deixou “vazar’ a informação de que estaria buscando uma sede alternativa, caso o Brasil não se prepare há tempo para receber a Copa.
A manifestação de Valcke deu certo e fez com que as cidades pelo menos se manifestassem. Natal e Salvador, por exemplo, aceleraram seus projetos – as cidades estariam em uma lista de possíveis exclusões, caso o COL seja forçado a reduzir o número de sedes.
Curitiba não corre este risco. Na avaliação dos estádios, a Arena da Baixada é um dos mais adiantados, e certamente ficará pronto no final de 2012, período previsto pela Fifa para a conclusão dos locais dos jogos da Copa.
Brasília, por exemplo, lançou apenas nesta semana o edital de licitação para as obras do novo Estádio Mané Garrincha. O problema é que ainda não se definiu como será o investimento para a conclusão do Joaquim Américo.
A diretoria do Atlético avisou que não vai arcar sozinha com a conta, e a notícia de que o governo estadual poderia ajudar financeiramente o Furacão gerou uma crise no relacionamento com Coritiba e Paraná Clube – e, coincidência ou não, as tratativas para a construção de um estádio para coxas e tricolores surgiu neste momento.
Em meio a tudo isso, a cúpula atleticana e os responsáveis locais pela Copa receberão às 10h, na Arena, a trupe liderada por Carlos de la Corte. Será o encerramento dos trabalhos da comitiva na semana, retomando as vistorias na segunda-feira, no Rio de Janeiro e em Belo Horizonte.