Hoje é dia de Giovani Gionédis se defender

A não ser que uma catástrofe aconteça, o presidente Giovani Gionédis reúne a imprensa hoje para soltar seus cachorros. Acuado por diversos setores da torcida, da oposição e de sua própria diretoria, o comandante alviverde não deverá ceder aos apelos para renunciar e deve contra-atacar na luta política pelo poder do Coritiba. Os veículos de comunicação já foram avisados do pronunciamento do cartola, mas o local só será divulgado poucas horas antes, para evitar novas manifestações.

Em silêncio desde o empate com o Gama, resultado que tirou o Alviverde do páreo por uma vaga na Série A, Gionédis passou a semana sem dar declarações sobre o fracasso na temporada, as acusações da oposição e sobre o protesto de torcedores no sábado, fora do Couto Pereira. Na moita, o dirigente nem tem sido mais visto no estádio do próprio clube. Segundo informações de bastidores, ele estaria assistindo os jogos no vestiário da equipe, através de aparelhos de televisão.

De qualquer forma, ao lado de seus pares de diretoria (menos, é claro, dos dissidentes Luís Fernando de Castro e Evangelino da Costa Neves), Gionédis deverá rebater as acusações que vem sofrendo. Perda de dinheiro com a queda para a Segundona, a misteriosa Coritiba S/A, as supostas assinaturas do Chinês em documentos do clube para sua reeleição e até a imprensa devem estar na pauta do dirigente. O encontro está programado para as 15 horas e setores da torcida estão mobilizados para mais um eventual protesto.

Adversários

Ontem o Coritiba ficou conhecendo os próximos adversários no Campeonato Brasileiro em 2007.

A penúltima rodada da Série A confirmou os quatro rebaixados pra Segundona. Além de Santa Cruz e Fortaleza, que já estavam garantidos, ontem foi a vez de São Caetano e Ponte Preta despencarem.

Temporada foi uma tragédia pro Coritiba e sua torcida

Se a tragédia da queda para a segunda divisão já estava consumada em dezembro do ano passado, 2006, pelo menos, prometia a redenção do Coritiba e uma volta à Série A para lavar a alma do torcedor. Prometia, assim mesmo, no passado.

Em campo, na política interna e na administração,a temporada alviverde está terminando entre a frustração, o fracasso e o vexame. Nenhum título foi conquistado, nenhum grande ídolo foi revelado, não há muitas perspectivas de futuro e seu principal dirigente está na corda bamba, sendo bombardeado por todos os lados.

Mas, o inferno astral coxa começou em meados do ano passado. As vendas de Adriano, Rafinha, Fernando foram deixando o elenco mais fraco, os resultados positivos foram rareando, técnicos foram fritados,

o desespero tomou conta e o impensável aconteceu. Coritiba na Série B. Veio a eleição e, com uma liminar nas mãos, Giovani Gionédis garantiu a continuidade de poder. A oposição não quis confronto e o dirigente foi juntando os cacos, remontou a equipe de trabalho e apostou suas fichas em Almir Zanchi e Capitão Hidalgo.

O primeiro estava afastado do dia-a-dia de clube, atuando na Federação Paranaense de Futebol, e o segundo era desafeto do próprio presidente e comentava o esporte em rádio. Logo a falta de tarimba começou a aparecer com contratações do tipo Guaru, Iverton, Humberto, Diogo, Ludemar, etc. A maioria vinha por indicações ou imagens em DVD. O então técnico Márcio Araújo chegou a declarar que, das 14 contratações iniciais, ele só conhecia o goleiro Artur.

Se o treinador não conhecia, imagine a torcida. Sem muita paciência, a arquibancada foi vaiando um por um e a maioria acabou dispensada de baciada. Sobrou até para Zanchi, enxotado também. Restou a Hidalgo ouvir os treinadores. Como Márcio não deu jeito no time, deu lugar ao interino Cláudio Marques e a Estevam Soares. Adepto do eu ganho, nós empatamos e eles perdem, o novo treinador trouxe alguns pupilos como Fábio Pinto, deu um sopro de vida no início da Segundona, após o fracasso no Paranaense e na Copa do Brasil, mas também não durou muito.

A torcida o pôs para fora e gritou em alto e bom som para quem quisesse ouvir: ?Paulo Bonamigo?. Recém-chegado de Portugal, onde dirigiu o Marítimo, Bona era o nome certo para o clube certo na hora certa. Admirado por todos, pediu e conseguiu as contratações de Paulo Miranda, Cristian, Luís Paulo e Alberto e foi conseguindo colocar o time nos eixos. Aproveitou como ninguém o período de parada para a Copa do Mundo e deixou a equipe na ponta dos cascos e na liderança da competição.

O título estava quase nas mãos. Era só manter o ritmo, mas a maionese desandou. Vieram as contusões em seqüência, fanfarra de alguns jogadores e o clima interno começou a pesar.

Uma simples visita do oposicionista Tico Fontoura gerou advertências internas e aí ninguém mais se entendeu. O eterno presidente Evangelino da Costa Neves chamou Gionédis de incompetente e disse que as eleições foram fraudadas.

O conselho deliberativo abriu processo de impeachment, os resultados não vieram e o sonho de voltar à primeira divisão foi adiado para a próxima temporada.

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