Hoje é dia de decisão para Williams, Pizzonia e Heidfeld

São Paulo – Antonio Pizzonia, amazonense, 24 anos, viverá, hoje, o dia mais importante da sua carreira de piloto. Junto do alemão Nick Heidfeld, 27 anos, disputa uma vaga como titular da equipe Williams, uma das melhores da Fórmula 1. Frank Williams anuncia o vencedor do vestibular ao mesmo tempo em que o modelo FW27 será apresentado no autódromo de Valência, na Espanha. Um dos dois será o companheiro do australiano Mark Webber, que ontem fez o shakedown, teste incial, do Williams FW27.

Sites e jornais divulgaram, nos últimos dias, que nas sete vezes em que Pizzonia e Heidfeld estiveram nos mesmos dias na pista, nos circuitos de Jerez, Barcelona e Valência, o alemão foi cinco vezes mais veloz. Perdeu apenas em duas ocasiões. Não é isso que Frank Williams e seu sócio, Patrick Head, estão levando em conta. Mesmo porque em raras oportunidades as condições e o horário do teste se assemelharam. O que vale é a velocidade, claro, e a qualidade da informação que Pizzonia passou para a equipe nos seus mais de 11 mil quilômetros de treinamentos. E, nesse sentido, o amazonense é um candidato aprovado com louvor.

Já Heidfeld está na Fórmula 1, como titular, desde 2000, disputou 85 GPs diante de apenas 4 de Pizzonia. Tem fama, e seu desempenho nas pistas a confirma, de ser competente, mas curiosamente a McLaren-Mercedes, com quem tinha contrato, o dispensou. Devem ter os seus motivos. Não é decisivo, tratando-se de Williams, embora não deixe de ser um ponto a favor do alemão: o apoio explícito da BMW a sua candidatura, através de seu diretor, Mario Thiessen. A BMW é fornecedora de motores e patrocinadora da Williams.

Frank Williams e Patrick Head, apesar de saberem da importância de um bom relacionamento com a BMW, se Pizzonia for a sua escolha, como era até o início do mês, não levarão em conta as pressões de Thiessen.

O mesmo vale para eventuais telefonemas da Petrobras, responsável pelo combustível da Williams e patrocinadora em menor escala que a BMW, informando ser do seu interesse um piloto brasileiro como titular na escuderia.

O que parece certo é que seja quem for o vencedor, seu contrato será de risco. Frank Williams não deverá lhe dar garantia de concluir o campeonato. Será algo do tipo: disputa 4 etapas, por exemplo, e a seguir sua performance entra para avaliação. Caso agrade, continua como titular. Se não corresponder, dá o lugar para o outro.

Como a Ferrari não emite sinais de concordar com a restrição no número de dias de testes durante a temporada, 30 sessões, como desejam as equipes, os pilotos de testes terão muito trabalho ao longo do ano. Pizzonia e Heidfeld estarão sempre em atividade, prontos a assumir o carro titular.

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