De um lado, o Coritiba em polvorosa, trocando de técnico e afastando jogadores. De outro, o Atlético em alta, com vitórias seguidas e já entre os melhores do Brasileirão. Isto pode representar muito no jogo. E também pode não significar nada.
É só lembrar das lições que o Atletiba aplica. Dois exemplos: primeiro, o clássico da Copa João Havelange, em 2000, quando o Atlético estava em ótimo momento e o Coritiba alquebrado, e mesmo assim o Coxa aplicou 3 a 1 em pleno Joaquim Américo; segundo, o jogo deste Brasileiro, no primeiro turno, quando o Rubro-Negro entrou em campo com os reservas e o Coxa era o amplo favorito, e o Furacão venceu por 1 a 0 e colocou o rival em uma roda-viva que ainda não parou.
Hoje haverá um time entrando em campo com o favoritismo da partida. O Atlético ganhou suas últimas partidas com facilidade, chegando a impor goleadas -Fortaleza e Brasiliense conheceram o poder de fogo do Furacão, agora com a dupla Aloísio e Dagoberto, que voltou a jogar depois de várias contusões e rapidamente se transformou em principal jogador da equipe. Sob o comando de Evaristo de Macedo, o time não sabe o que é perder.
Os mandantes do clássico vivem o momento mais complicado da temporada. O Coritiba começou a semana com Cuca e termina com o interino Antônio Lopes Júnior, que ganha a oportunidade da vida – caso vença, pode até permanecer no comando técnico até o final do campeonato. Na quinta-feira, o atacante Renaldo foi afastado, e dirigentes e comissão técnica se desencontraram nas explicações. A esperança pode até ser Marquinhos, que voltaria após uma cirurgia no joelho que o deixou de fora do time nos últimos dois meses.
Com tanta coisa acontecendo dentro de campo, até mesmo aquelas querelas que sempre apareciam antes de um Atletiba não vingaram. A escalação do carioca Wagner Tardelli para apitar o clássico não gerou sequer comentários de ambas as partes. As discussões por causa de espaço no estádio também não aconteceram. O silêncio na ?briga externa? pode ser fruto do já atribulado futebol brasileiro, com denúncias de corrupção por todo canto.
Abre-se, então, a possibilidade mais real de um Atletiba sem problemas extra-campo e sem dificuldades para a arbitragem. Ficaria o duelo entre as duas maiores torcidas do Estado, entre dois times em momentos distintos, entre um técnico experiente e um iniciante, entre a luta para confirmar a boa fase ou para fugir da crise. Seria um confronto entre Coritiba e Atlético. Senhoras e senhores, vem aí o Atletiba 331.
CAMPEONATO BRASILEIRO
Súmula
Local: Couto Pereira
Horário: 18h10
Árbitro: Wagner Tardelli Azevedo (FIFA-RJ)
Assistentes: Hílton Moutinho Rodrigues (FIFA-RJ) e Marcos Tadeu Penichi Nunes (RJ)
CORITIBA X ATLÉTICO
Coritiba
Douglas; James, Anderson, Reginaldo Nascimento e Ricardinho; Márcio Egídio, Humberto, Jackson e Marquinhos; Caio e Marcelo Peabiru. Técnico: Antônio Lopes Júnior
Atlético
Tiago Cardoso; Jancarlos, Danilo, Paulo André e Marcão; Alan Bahia, Cristian, Evandro e Lima; Dagoberto e Aloísio. Técnico: Evaristo de Macedo