O Paraná Clube conhecerá hoje à noite o seu primeiro obstáculo na Copa Libertadores da América 2007. Quinto colocado do último Brasileirão, o time paranaense terá que passar por um mata-mata antes de chegar à fase de grupos da competição.
Os jogos, em ida e volta, serão realizados nos dias 31 de janeiro e 7 de fevereiro.
A Conmebol realiza sistema de sorteio dirigido, evitando assim confrontos entre clubes de países com maior tradição no torneio.
Assim, clubes brasileiros, argentinos, mexicanos, paraguaios e colombianos -que tiveram melhor retrospecto na última edição do torneio – não se cruzam nesta fase eliminatória.
A comissão técnica tricolor, veladamente, torce para um confronto com o representante da Venezuela, o Deportivo Táchira.
Os outros clubes que podem cruzar no caminho do Tricolor são: Cobreloa (Chile), LDU Quito (Equador), Sporting Crystal (Peru), Danúbio (Uruguai) e Real Potosí (Bolívia). Completam a relação de equipes nesta primeira fase os seguintes cabeças-de-chave: Santos, Tacuary (Paraguai), Velez (Argentina) e Tolima ou Deportivo Cucuta (Colômbia), além de um representante do México.
?É fundamental superar essa etapa. Sob todos os aspectos?, comentou o presidente José Carlos de Miranda. Nesta primeira fase, o valor destinado aos clubes participantes praticamente paga despesas de viagem e hospedagem. A partir da etapa de grupos é que há retorno financeiro diante das cotas por partidas realizadas em casa. ?Mas, isso não é o mais importante e sim a afirmação do Paraná em um novo mercado?, frisou o dirigente. O técnico Zetti assina embaixo. ?A Libertadores é um marco na vida de qualquer atleta.
Você entra no cenário internacional?, comentou.
José Carlos de Miranda segue hoje pela manhã para Assunção, no Paraguai, onde vai acompanhar de perto este sorteio. O dirigente leva em mãos um documento do Corpo de Bombeiros que estabelece a capacidade do Estádio Durival Britto em 20.083 torcedores. A partir desse laudo, o dirigente acredita que conseguirá a homologação dos jogos do Paraná na Libertadores para a Vila Capanema. A Conmebol exige estádios com 20 mil lugares em competições por ela promovidas.
Miranda também antecipou que no caso do Tricolor chegar à final – onde os estádios devem comportar 40 mil torcedores – a saída seria a utilização do Couto Pereira, já com a liberação do presidente do Coritiba, Giovani Gionédis. ?Minha idéia é deixar tudo certo junto à Confederação Sul-Americana, para que possamos
voltar todas as atenções exclusivamente à montagem de um time competitivo?, finalizou Miranda.
Peter fica pra Libertadores
O presidente José Carlos de Miranda disse ter ficado emocionado com a postura do atleta. O lateral-direito Peter ligou na segunda-feira à noite para o dirigente, pedindo para ficar no Paraná. ?Hoje em dia, quando tantos jogadores são taxados de mercenários, foi um gesto muito significativo?, disse. Miranda já acertou com o empresário Léo Rabello a renovação do empréstimo do jogador por mais um ano, pondo fim às especulações de sua possível transferência para o futebol japonês ou para o Botafogo.
Contratado para o time B – e sem ônus algum ao clube – Peter acabou o ano como titular, fazendo a torcida esquecer de Angelo. Artilheiro do time, à época, o ex-jogador da Adap foi negociado com o Qatar logo após o primeiro turno do Brasileirão, criando dificuldades para o técnico Caio Júnior. Peter aos poucos conquistou seu espaço e com um estilo vibrante e de extrema aplicação tática, fechou o ano em alta. Os direitos federativos do jogador estão vinculados ao Cruzeiro, mas a negociação ocorrerá sem dificuldades, segundo Miranda.
Com esse novo quadro, o clube não correrá atrás de outro lateral, no momento. Além de Peter, o técnico Zetti terá como opção o garoto Alex, recém-promovido das categorias de base e uma das promessas do clube para 2007. ?Aos poucos, vamos reorganizando o time. Sem atropelo e apostando na qualidade de jogadores que vêm para cá com ambição de vencer na vida?, finalizou o diretor de futebol Vavá Ribeiro.
Negociação com Palmeiras concluída
Edmilson e Pierre já são jogadores do Palmeiras. A transação foi concluída ontem à tarde, numa reunião entre dirigentes do Paraná Clube, da L.A. Sports e o diretor de futebol do clube paulista, Gilberto Cipullo. Resta, agora, a definição dos dois jogadores do Verdão que vestirão, a partir de agora, a camisa do Tricolor. O zagueiro Daniel Marques é prioridade, mas o outro jogador tem o nome mantido em sigilo, para evitar ?atravessadores?.
O diretor de futebol, Durval Lara Ribeiro, destacou a importância de se trabalhar ?em silêncio?, afastando a concorrência de possíveis apostas do Tricolor. Confirmou apenas que o atacante Ricardinho não está nos planos do Paraná. ?Estamos buscando jogadores para posições carentes. Já temos no elenco atletas com as mesmas características do Ricardinho?, comentou Vavá Ribeiro. A tendência é que o clube venha a trazer um meia do Palmeiras, para suprir a saída de Sandro, negociado com o futebol turco. Pierre vai para o Palestra Itália por empréstimo de um ano.
Já a questão envolvendo Daniel Marques é estritamente financeira. Pela liberação de Edmilson, o Paraná está recebendo os direitos federativos de um jogador e mais uma quantia em dinheiro (algo em torno de R$ 300 mil). Daniel Marques – que fez um bom campeonato pelo Tricolor, em 2005, é a prioridade, mas desde que acerte salários compatíveis à realidade do clube. ?Ele virá a Curitiba nos próximos dias para uma conversa definitiva?, disse o diretor de futebol.
No Atlético Mineiro, o zagueiro tinha vencimentos em torno de R$ 35 mil. ?Este valor está fora de questão?, assegurou Vavá. No caso de não chegar a acordo com Daniel Marques, o Paraná ficaria com um crédito junto ao Palmeiras, a ser utilizado oportunamente. Vavá confirmou ainda que também está em negociação com Aderaldo, outro zagueiro que teve boa passagem pelo Tricolor, antes de se transferir para o futebol chinês.
