O Brasil iniciou este último dia de competição em Mar del Plata como líder dos Jogos Parapanamericanos, com um total geral parcial de 162 medalhas. A medalha de bronze da manhã de ontem valeu ouro, pois recolocou a equipe nacional de basquete cadeirante num evento paraolímpico: em Atenas 2004.
A música mais escutada na piscina paraolímpica de Mar del Plata esta semana foi o Hino Nacional Brasileiro: ele foi executado em homenagem às medalhas de ouro da natação do Brasil nada menos do que 58 vezes nestes II Jogos Parapanamericanos. A performance dos nadadores brasileiros soma-se ao excelente desempenho dos atletas das outras seis modalidades que, com suas conquistas, trazem o Brasil até agora a condição de líder dos Jogos, seguido pelo México, que tem um número bem inferior de medalhas.
A equipe dos nadadores do Brasil conquistou, segundo dados levantados pelo CPB com base nas planilhas de resultados, 101 medalhas – 58 de ouro, 28 de prata e 15 de bronze – e quebrou cinco recordes, dois mundiais e três paraolímpicos.
Clodoaldo Silva, de Natal-RN, bateu o recorde mundial nas provas de 50m livre (37s30) e dos 100m livre (1min22s53) e o paraolímpico dos 150m medley (2min43s16); Adriano Lima, também natalense, conquistou o recorde paraolímpico nos 400m livre. O nadador carioca Gutemberg Ferraz também trouxe o recorde paraolímpico nos 50m livre. No atletismo, a alagoana Sônia Gouveia, bateu o recorde mundial do lançamento de dardo atingindo a distância de 8m39.
Na manhã de ontem, uma medalha de bronze trouxe um valor agregado talvez maior do que o ouro: o Basquete masculino do Brasil, ao vencer por 84×62 ao México, garantiu vaga para os Jogos Paraolímpicos de Atenas em 2004.
Por modalidade o Brasil contabiliza sete medalhas no adestramento; 43 no atletismo; duas no ciclismo; quatro na esgrima; e 101 na natação. Nos esportes coletivos, os brasileiros devem conquistar medalhas também no basquete masculino em cadeira de rodas e no vôlei masculino paraolímpico.
Basquete vai a Atenas
“O sonho de voltar para os Jogos está realizado. É como se fosse a primeira vez. Agora precisamos nos preparar para ficar entre os quatro melhores do mundo em Atenas”, afirmou Gilson Ramos, o Doinha, técnico da equipe masculina de basquete em cadeira de rodas. O time disputou na manhã de ontem, a medalha de bronze contra a equipe do México e ganhou de 84 x 62, o que garantiu o passaporte da equipe para Atenas.
“No Parapanamericano do México, em 1999, nós perdemos para eles com a diferença de dois pontos. A derrota nos tirou a oportunidade de ir a Sydney. Agora revertemos a situação. Eles não vão e nós iremos com a pretenção de conquistar medalhas”, disse emocionado o jogador pernambucano Irio Nunes.
Desde os Jogos Paraolímpicos de 1988, em Seul, única participação brasileira numa Paraolimpíada com o basquete em cadeira de rodas, o Brasil não se classifica para os Jogos. “Para mim, que fui à Coréia, como técnico estar classificado novamente tem um significado muito importante. É sinal de continuidade. Agora queremos nos preparar para ficar entre os quatro melhores na Paraolimpíada”, completou Doinha.