Na comemoração do título do Trieste no último sábado (8), em Santa Felicidade, um dos nomes mais aclamados por torcedores e atletas foi o goleiro Rodrigão. O Tricolor da colônia venceu o Iguaçu por 2×1, no segundo jogo da grande final da Suburbana 2018, no estádio Egydio Pietrobelli, e ergueu a cobiçada taça. O defensor, que estava no banco de reservas, precisou entrar aos 19 minutos do segundo tempo, no lugar do titular Juninho, que sentiu dores após cobrança de tiro de meta. O que ninguém esperava é que o arqueiro, que não tinha jogado nenhuma partida no amador deste ano, se transformasse em herói do time.
Aos 35 anos e vivendo ainda um momento inesquecível, o goleiro de 1,92m teve sua formação de base no Atlético e jogou quase dez anos no J. Malucelli. Rodrigão também passou por clubes como América-RN, ASA-AL, Campinense-PB e Centra-PE, além do Tampines Rovers, de Singapura. Foi pensando em ainda ‘esticar’ sua carreira que o camisa 1 decidiu atuar no futebol amador.
“Não queria parar de forma repentina, por isso aceitei o convite dos meus amigos para jogar no amador”, contou ele.
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Esta é a terceira temporada do atleta no Trieste, time que ingressou em 2016 por conta da insistência dos amigos do Sindicato dos Jogadores de Futebol Profissional do Paraná, instituição na qual coordena um projeto para ajudar jogadores aposentados a se reinserir no mercado de trabalho.
Rodrigão não é o único ex-profissional a brilhar no futebol amador. Léo Gago e Pedro Oldoni são apenas alguns dos nomes de medalhões que atuaram no Trio de Ferro e estiveram presentes nesta final.
Com vontade de dar o sangue pelo time na conquista do título do futebol amador, Rodrigão abraçou a oportunidade de entrar no jogo. A partida já estava 2×1 para o Trieste, mas, aos 29 da segunda etapa, o Iguaçu cobrou rápido uma falta, pegando a defesa do Tricolor desprevenida. Rodrigão, cara a cara com Pedro Oldoni, precisou impedir que o atacante, que já tinha marcado um gol para os donos da casa, igualasse o placar. O excesso de vontade do goleiro se transformou em penalidade. Na cobrança, Helton chutou no canto direito, mas o próprio Rodrigão defendeu.
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“Um filme passou na minha cabeça. Na final do ano passado eu também peguei um pênalti, mas perdemos o título. Sabia que tinha a oportunidade de garantir o título e que minha responsabilidade era grande também por ter cometido o pênalti”, relembrou Rodrigão, se referindo à final de 2017, que também foi entre Trieste e Iguaçu. Desta vez, ele se redimiu justamente em uma de suas especialidades.
“Difícil escolher uma cobrança na minha carreira. Pênalti é sempre especial, momento único de consagração em que o goleiro tem a oportunidade em muitas vezes decidir uma partida. Graças a Deus tenho um bom histórico em defesas de pênaltis”, relatou o goleiro campeão, que no apito final, recebeu muitos aplausos e um caloroso abraço de gratidão de Juninho, seu companheiro de meta.
“Futebol amador é um futebol mais próximo da realidade do povo. Não existem jogadores intocáveis, todos estão ao alcance dos torcedores. Além disso, tem a questão de jogar no bairro. Eu mesmo tenho amizade de 20 anos com companheiros de time‘, finalizou o jogador.
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