Poucos treinadores conseguiram o feito de Geninho: ser vitorioso em dois dos três maiores times de Curitiba. Ainda sem muita projeção no cenário nacional, ele assumiu o Paraná Clube em 2000 para levar o time à conquista do Módulo Amarelo da Copa João Havelange, recolocando o time na disputa da Série A no ano seguinte. O bom desempenho fez o olho do Athletico crescer o olho. Depois de uma curta passagem pelo Santos, o Furacão não perdeu tempo e o arrebanhou para comandar o time na conquista, até então, mais marcante da sua história, o Campeonato Brasileiro de 2001.
Hoje treinador do Avaí, com uma carreira consolidada, ele lembra com carinho do futebol paranaense. “Guardo excelentes lembranças do time do Paraná de 2000, do qual despontaram grandes nomes, como Lucio Flávio, André Dias, Márcio Nobre. Foi um time que trouxe a torcida junto”.
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Sobre a equipe campeã brasileira do Rubro-Negro, também não faltam boas recordações. “Foi um time que encaixou, encantou e contrariou tudo e todos. Ninguém achava que o Athletico chegaria, mas era um time que jogava um futebol encantador. Foi a partir dali que as oportunidades começaram a surgir”, afirmou. De fato, ele começou a ter chances em clubes de grande projeção, como Corinthians, Atlético-MG, Vasco e Botafogo.
Apesar do peso da conquista do título brasileiro, Geninho considera outro momento tão marcante quanto o título nacional no Furacão. Em 2008, ele foi chamado às pressas com uma missão quase impossível, de livrar o time do rebaixamento. “Assumi com 85% de cair e me chamaram de louco. Mas as coisas funcionam entre mim e o Athletico e conseguimos nos salvar, com um 5×3 em cima do Flamengo”, relembrou.
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No entanto, apesar do carinho ao falar destas passagens, ele garante que jamais voltará ao clube. Na última passagem, em 2011, o treinador foi dispensado após uma vitória por 3×2 em cima do Paraná Clube. Por trás, havia o desejo da diretoria de dar espaço a Adilson Baptista, que acabara de voltar ao mercado da bola. As rusgas de Geninho com o presidente do Conselho Deliberativo, Mário Celso Petraglia, já vinham de longa data e a relação azedou de vez. “Saí muito magoado e disse que não voltaria. Mantenho a minha palavra”.
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Apesar do ressentimento, boa praça que ele é, garante que torceu muito pelo Furacão na Sul-Americana. “O Athletico joga hoje com altíssima qualidade. Misturou jogadores mais experientes com uma garotada de qualidade. Tiago Nunes fez um ótimo trabalho, tinha o conhecimento do grupo e a receita deu certo”.
Avaí
Nos últimos anos, ao que parece, o talento do treinador foi cooptado pelo futebol catarinense. Nesta temporada, ele conseguiu, pela segunda vez no Avaí o acesso à Série A. “Assumi no início da disputa (da Série B) e não tive muita participação na montagem do elenco. Boa parte do grupo eu fui conhecendo aos poucos, mas conseguimos ficar 80% do tempo no G4. O grupo era muito motivado e empenhado, apesar de fatores externos”, disse, referindo-se a algumas dificuldades financeiras pelas quais o clube passou em alguns momentos na temporada.
Diferente da primeira passagem no Alviceleste, em 2014, Geninho sentiu um pouco de falta do calor dos torcedores. “Talvez a torcida não tenha se empolgado tanto, muito pela qualidade dos jogos na Ressacada. Na Série B, as equipes estão jogando na casa do adversário muito retrancadas pra tentar somar ao menos um ponto fora. Empatamos muitos jogos em casa e perdemos dois jogos em contra-ataques no final da partida. Fica um futebol feio. Já fora de casa o adversário se abre e fica mais fácil jogar”.
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O criticado estilo de jogo da Segundona, em 2019, vai ficar pra trás e, de volta à elite, o Avaí vai precisar ter outra pegada, já que vai enfrentar times com planteis mais gabaritados. Com os pés no chão, ele revela a estratégia traçada.
“O principal objetivo é permanecer na Série A, já que o clube está buscando o saneamento financeiro. É evitar o subir e cair, situação que o Avaí já encarou muitas vezes. Se der, a gente faz algo melhor”, finalizou, com a mesma serenidade que o consagrou.
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