Tim Krul esteve em campo por segundos com bola rolando na campanha holandesa na Copa do Mundo até agora, mas pode deixar o Brasil como um dos grandes heróis da seleção no torneio. No último sábado, ele entrou em campo com menos de um minuto faltando para o fim da prorrogação diante da Costa Rica, pelas quartas de final. A intenção era clara: colocar o alto goleiro, de 1,93m, na esperança que ele decidisse na disputa de pênaltis. Deu certo, Krul pegou duas cobranças, a Holanda venceu e garantiu-se na semifinal.
“Foi surreal, ainda não consigo descrever o momento em que vi os jogadores correndo na minha direção”, disse o goleiro, que pegou as cobranças de Bryan Ruiz e Umaña, esta última a decisiva, que garantiu a classificação. Mesmo quando não conseguiu a defesa, Krul mostrou toda sua qualidade nos pênaltis ao acertar o canto das batidas.
Apesar de estar confiante, o goleiro holandês não esperava sair da Arena Fonte Nova, em Salvador, como herói. “Eu já havia visto muitas vezes na TV o momento em que o goleiro defende o último pênalti e com isso garante a vitória. O fato de eu ter feito isso em uma partida das quartas de final da Copa do Mundo é surreal. Acho que nem nos próximos dias conseguirei compreender tudo direito.”
Krul, no entanto, garantiu que não teve sorte na disputa e disse que o sucesso foi fruto de estudo. Ele revelou que analisou as batidas dos jogadores costarriquenhos diante da Grécia, nas oitavas de final, quando o país se classificou nos pênaltis, e admitiu que a provocação antes de cada cobrança, quando conversava com os adversários na tentativa de desestabilizá-los, também pode ter ajudado.
“Eu assisti aos costa-riquenhos jogando contra a Grécia e os estudei. Eu disse isso aos cobradores para deixá-los um pouco nervosos. Talvez tenha funcionado. Fiz isso recentemente com o Frank Lampard. Disse a ele que sabia onde ele costuma cobrar e defendi o pênalti. Estou contente que tenha funcionado”, comentou o goleiro, que atua no Newcastle, da Inglaterra.
A atuação decisiva rendeu elogios dos companheiros. “O Tim (Krul) é impressionante”, afirmou Dirk Kuyt ao site da Fifa. “Não é fácil entrar no gramado no último minuto do jogo justamente para a disputa de pênaltis. Mas sabemos que ele é um grande defensor de penalidades, e a forma como ele defendeu as cobranças foi impressionante. Ele pode ficar orgulhoso. Estamos orgulhosos do Tim, e acredito que todo o país se sente assim.”
