Fernando de Noronha – As ondas da Praia da Cacimba do Padre estavam exigentes ontem: com altura de 1,5m a 2m, quebraram pelo menos três pranchas e até, por mais difícil que se possa imaginar, conseguiram tirar a lycra (camiseta de competição) de um dos surfistas. Mas nada disso impediu Guilherme Herdy de fazer uma grande apresentação e, com vários tubos, confirmar sua presença entre os favoritos ao título do Hang Loose Pro Contest, evento cinco estrelas do World Qualifying Series (WQS), em Fernando de Noronha.
Com suas manobras, Herdy conseguiu a melhor média do campeonato até agora: 17,60. "Estou superfeliz de ter encontrado as ondas ali no canto. O mar está muito difícil, a ondulação um pouco torta e fiquei sozinho perto das pedras", contou o surfista, que já venceu o Hang Loose de Fernando de Noronha em 2000 e está muito perto de conseguir disputar algumas etapas da divisão de elite do surfe, o World Championshit Tour (WCT), este ano.
Mas Herdy não foi o único a brilhar. Outro destaque foi o paulista Adriano de Souza, que conseguiu a melhor onda da competição até o momento: 9,93 com um tubo. Dos cinco juízes, três deram dez para a manobra. O surfista passou os últimos três meses no exterior treinando e, aparentemente, a experiência já está fazendo efeito. "Gosto muito de surfar aqui em Noronha. São as ondas do Brasil mais parecidas com as do Havaí", revelou.
Favorito perde
A surpresa do dia foi a eliminação precoce do campeão do Hang Loose do ano passado, o sul-africano Warwick Wright. A apresentação de boa qualidade do surfista, que estava confiante em suas chances de conquistar o bicampeonato, acabou sendo superada pela garra do norte-americano Gabe Kling, que acreditou em uma virada até a sirene tocar e o derrotou nos segundos finais da bateria.
Warwick Wright só teve a confirmação de que estava fora do Hang Loose Pro Contest já na areia. Surpreso com a notícia, anunciada pelo narrador da competição, acabou deixando escapar um palavrão. "Acho que fiz uns bons tubos, mas infelizmente não o suficiente para agradar os juízes", disse o sul-africano, desapontado. "As condições do mar estavam boas. É uma pena não ter uma segunda chance."
Ontem foram realizadas as 20 primeiras baterias do round dos 96 melhores.
Na 19.ª do dia, o paranaense Jihad Kohdr surfou muito. Mas também sofreu com a instabilidade na formação das ondas, e passou como segundo melhor na bateria vencida pelo sul-africano Paul Canning (14,30). Jihad marcou 11,77, deixando para trás o sul-africano Antonio Bortoletto (8,70) e o maranhense Álvaro Bacana (9,30).
Outras quatro estão previstas para sexta, inclusive as de Fábio Gouveia, do campeão brasileiro Renato Galvão e do bicampeão mundial do WQS, Neco Padaratz, que ainda não entraram na água para competir.
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